FARC denuncia assassínio de 114 ex-guerrilheiros e 31 familiares
Um senador da Força Alternativa Revolucionária Comum (FARC) denunciou hoje que 114 ex-guerrilheiros e 31 dos seus familiares foram assassinados desde novembro de 2016, altura em que foi assinado o acordo de paz com o Governo colombiano.
© Reuters
Mundo Colômbia
"O número exato até o momento é de 114 ex-guerrilheiros mortos, aos quais devemos acrescentar 31 familiares, incluindo um bebé de sete meses", indicou o senador da FARC, Carlos Antonio Lozada, à Rádio Caracol.
De acordo com o senador, tudo indica que os responsáveis pelos crimes "são grupos paramilitares" e até ao momento não têm "informações de nenhum caso de ex-combatentes mortos por dissidentes das FARC".
"Há uma situação muito complexa, não só dos assassínios. Este fenómeno deve ser visto em todas as suas dimensões, estamos muito preocupados e expressamos isso há dois meses", realçou Lozada.
Segundo o senador, " está a ser lançada uma campanha de estigmatização contra o partido, os seus líderes e os seus militantes".
As declarações do senador Lozada acontecem um dia após o partido das FARC denunciar o assassínio em Tuluá, localizado no departamento do Vale do Cauca (sudoeste), de Jorge Enrique Corredor, conhecido no seu tempo de guerrilheiro como "Wilson Saavedra".
O partido das FARC salientou que Saavedra "era um líder proeminente" de uma ex-cooperativa de guerrilheiros em Vale do Cauca.
O assassínio foi rejeitado por instituições do Governo colombiano ligadas à implementação do acordo de paz, segundo um comunicado conjunto divulgado na terça-feira.
"A segurança dos ex-combatentes comprometidos com o seu processo de reincorporação é uma prioridade para todas as entidades do Estado. O Governo nacional condena qualquer ataque contra aqueles que estão comprometidos com a paz", afirmaram.
O comunicado foi emitido pela ministra do Interior, Nancy Patricia Gutiérrez, o Alto Comissário para a Paz, Miguel Ceballos, e o assessor presidencial para a Estabilização e a Consolidação, Emilio Archila.
Os responsáveis governamentais sublinharam ainda que o Governo "trabalhará em conjunto com a Unidade Especial do Ministério Público para encontrar os responsáveis pelo crime" e que os mecanismos para garantir a segurança dos ex-combatentes "continuarão a ser fortalecidos".
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