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Jornal centenário venezuelano circulou pela última vez por falta de papel

Após 104 anos em circulação, o diário venezuelano Panorama circulou hoje impresso pela última vez devido à escassez de papel de jornal no país, elevando para 67 os meios de comunicação que fecharam total ou parcialmente as portas desde 2013.

Jornal centenário venezuelano circulou pela última vez por falta de papel
Notícias ao Minuto

06:59 - 15/05/19 por Lusa

Mundo Venezuela

"Esgotou-se o 'stock' de papel e todos os esforços para fazer a reposição. Devemos fazer uma pausa na impressão, mas continuamos conectados através de www.panorama.com.ve e em todas as nossas plataformas digitais, para continuar a ser referência do jornalismo", explica-se na capa de terça-feira do jornal.

Naquela que foi a sua última edição impressa, o Panorama explica que está a fazer "uma paragem no caminho".

"O Panorama impresso diz até breve aos seus leitores. Por mais que nos esforçássemos na administração do papel, este acabou e repô-lo no meio de um ambiente económico hostil tem sido impossível", pode ler-se no jornal.

"Em homenagem ao jornalismo que durante 104 anos temos praticado e que continuaremos, com desenvolvimento nas nossas múltiplas plataformas digitais, oferecemos-lhes hoje [terça-feira] uma edição histórica, como memória do país que fomos, que somos e com a fé posta num melhor futuro para a Venezuela", sublinha-se na edição.

"A edição 35.549 deixa para trás milhões de páginas dedicadas à defesa do [Estado de] Zúlia, à convivência com a tolerância que tanta falta nos faz. Ao entendimento e à negociação porque o país está urgido de encontrar uma saída consensual à crise que passamos".

Os dirigentes do jornal propõem transferir a força do papel para o mundo digital, garantindo que continuarão com a mesma responsabilidade e profissionalismo.

O diário Panorama foi fundado em 1914, no Estado venezuelano de Zúlia (800 quilómetros a oeste de Caracas). É tido como um jornal de referência e, apesar de ser um jornal regional, cobre os assuntos de interesse em toda a Venezuela.

Segundo o Instituto de Imprensa e Sociedade da Venezuela (IPYS, siglas em castelhano), desde 2013 que pelo menos 67 jornais fecharam as portas, total ou parcialmente, devido à situação política, económica e à falta de papel para imprimir.

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