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Portugal vai avaliar situação do português nas provas de acesso em França

O chefe da diplomacia portuguesa confessou-se "surpreendido" com a intenção do Governo francês de excluir o português como prova de acesso ao ensino superior e já pediu para convocar a comissão técnica entre os dois países para avaliar esta decisão.

Portugal vai avaliar situação do português nas provas de acesso em França
Notícias ao Minuto

22:04 - 14/05/19 por Lusa

Mundo Ensino Superior

"Fomos surpreendidos com essa intenção contida num projeto de reforma em França, até porque do nosso ponto de vista ela não é compaginável com o acordo que celebrámos com o Estado francês em 2017, nos termos do qual o português passou a ser considerado não como uma língua de comunidade, mas como uma língua viva [...]. O senhor embaixador já exprimiu essa surpresa e na medida que o acordo prevê uma comissão técnica, nós já pedimos a convocação dessa comissão e estamos certos que nos haveremos de entender", disse Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas no consulado-geral de Portugal em Paris.

Uma recente reforma no sistema de educação em França introduzida pelo atual Governo fez com que o português deixasse de contar para os exames nacionais, passando apenas a contar para a avaliação contínua, tendo menor preponderância na nota final dos alunos. Esta decisão foi contestada pelos professores de português em França, que acusam o Governo de "discriminação".

Augusto Santos Silva, que está numa curta visita à capital francesa, disse ter ficado ainda mais surpreendido por esta decisão ter acontecido depois de França ter pedido adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como observador associado.

No consulado-geral de Portugal em França para assinalar as comemorações do Dia da Língua Portuguesa, o ministro assistiu a uma peça do grupo português de teatro amador 'Cá e Lá' inspirada em vários textos de Eça de Queiroz, cônsul na capital francesa entre 1888 e 1900. Foi também inaugurada uma exposição permanente sobre o escritor português no consulado, que já possui uma sala com o seu nome.

"Todos temos muito orgulho de Eça de Queiroz figurar entre os grandes diplomatas portugueses, quer com a sua atividade como cônsul em Havana e, depois, cônsul em Paris. Também Eça de Queiroz inscreve-se na tradição dos diplomatas escritores porque o cosmopolitismo, essa capacidade de atravessar várias culturas, estar presente em vários países, que caracteriza os diplomatas e essa sua obrigação de saber analisar com distância e empatia as realidade que vão contactando ao longo da carreira, com a vinculação a Portugal, constitui um cadinho onde se tem fermentado várias inspirações literárias", referiu o ministro.

Augusto Santos Silva vai encontrar-se esta quarta-feira com cerca de quarenta empresários franceses que já estão a investir em Portugal ou que querem investir no país, promovendo assim o investimento estrangeiro em Portugal.

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