Europeias: Campanha na Bélgica ofuscada pelas legislativas e regionais
Quinze partidos, sete francófonos e oito neerlandeses, concorrem às eleições europeias na Bélgica, com a campanha ofuscada pelas legislativas e regionais, marcadas para o mesmo dia: 26 de maio.
Mundo Partidos
Tal como a nível federal, também para as europeias as sondagens apontam para uma nova vitória dos nacionalistas flamengos N-VA, mantendo quatro eurodeputados e conquistando 27,4% dos votos, segundo a mais recente sondagem divulgada pelo Parlamento Europeu (PE), em 15 de abril.
O rosto belga com mais projeção no Parlamento Europeu e líder do grupo da Aliança dos Liberais e Democratas para a Europa (ALDE), o flamengo Guy Verhofstad, deverá, segundo as sondagens, ficar em quarto lugar no colégio eleitoral flamengo, elegendo dois deputados, atrás dos Verdes e dos Democratas-Cristãos.
No campo dos eleitores francófonos, os socialistas surgem em primeiro lugar nas sondagens (24,3% e dois lugares no PE), seguindo-se os liberais francófonos (MR, liderado pelo primeiro-ministro em gestão, Charles Michel) com 19,5% e outros dois eurodeputados eleitos e os ecologistas do Ecolo (16,8%).
Nas contas da política europeia, as sondagens apontam para um recuo na representação belga no ALDE (de seis para quatro eurodeputados) e na dos Socialistas e Democratas (de quatro para três) e o ganho de dois assentos (para quatro) no grupo dos Verdes.
Os ganhos contabilizam-se no grupo dos Verdes, que deverão duplicar a sua representação belga para quatro.
A campanha eleitoral das europeias -- num país onde o voto é obrigatório e, consequentemente, a abstenção é baixa -- é secundarizada pela importância das legislativas e regionais, que ocorrem simultaneamente.
Num país dividido entre duas comunidades linguísticas -- a que acresce uma pequena percentagem de germanófonos, inseridos politicamente na Valónia -- o flamengo N-VA é apontado como o grande vencedor nas europeias e legislativas, até porque há mais eleitores na Flandres, a região com cerca de 60% da população.
Dos 21 eurodeputados que representam o país no PE (tantos quantos Portugal), oito são eleitos pelo colégio eleitoral francês, um pelo colégio eleitoral alemão e 13 pelo colégio eleitoral neerlandês, com um total de 14 a apresentaram-se para renovação de mandato.
A lista dos "repetentes" inclui o ex-comissário de Durão Barroso e pai do primeiro ministro, Louis Michel, e Guy Verhofstad.
Em relação aos grandes temas, e no país que acolhe as três instituições da União Europeia -- Comissão, Conselho e Parlamento (que tem também sede em Estrasburgo, França) -- a preocupação com as alterações climáticas espelha-se na projetada subida no grupo dos Verdes.
A questão das migrações e acolhimento dos refugiados será das mais importantes nas campanhas, até porque o Governo caiu quando os ministros do NV-A, o maior da coligação, se demitiram, em dezembro de 2018, em protesto contra o apoio do primeiro-ministro Michel ao Pacto Global da Nações Unidas para as Migrações.
Segundo uma sondagem publicada pelo jornal Le Soir no dia 05 de maio, metade dos belgas rejeita o acolhimento de refugiados e ao reagrupamento familiar.
A Bélgica elege 21 eurodeputados no dia 26, quando os eleitores terão ainda que escolher os 150 deputados para a Câmara dos Representantes e parte dos 50 membros do Senado.
A nível regional, serão ainda eleitos os deputados ao Parlamento regional de Bruxelas, da Valónia, da Flandres e da Comunidade germanófona (que integram o da Valónia).
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