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Restaurante leva comida a casa de doentes graves (e sem cobrar)

Dona comoveu-se com um cliente com Sida que entrou no seu restaurante há 30 anos. Agora, aos 75 anos, gere uma empresa que já deu mais de um milhão de refeições.

Restaurante leva comida a casa de doentes graves (e sem cobrar)
Notícias ao Minuto

23:56 - 12/05/19 por Notícias Ao Minuto

Mundo Estados Unidos

Ruth Henricks, de 75 anos de idade, está à frente de uma organização não-lucrativa californiana que leva comida a casa de pessoas com doenças graves. E tudo por causa de um cliente com Sida que costumava frequentar o seu restaurante.

Scott entrou pela primeira vez no The Huddle, o seu restaurante, há 30 anos, mas Ruth lembra-se de tudo. “Ele era muito magro, parecia doente, e disse-me que tinha Sida”, lembrou, numa entrevista concedida à CNN.

Scott tornou-se num cliente habitual e a mulher pôde perceber que ele ia ficando cada vez mais fraco. Algumas vezes precisava de ajuda para comer e quando lhe perguntou como era em casa, ele respondeu que as únicas vezes que comia era ali, no seu restaurante.

“Lembro-me dele dizer, ‘Sra. Ruth, se eu não estiver aqui, não estou a comer’”, recordou.

Cerca de um ano e meio depois, Scott deixou de aparecer. “Se eu tivesse adivinhado, tinha-lhe pedido a morada ou o número de telefone. Podia ter-lhe levado comida”, adiantou. Ruth tentou encontrá-lo mas sem sucesso, confirmando-se, mais tarde, que tinha morrido.

A história com Scott foi a sua inspiração. Mesmo que já não o pudesse ajudar, Ruth lembrou-se que poderia ajudar outros que estivessem na mesma situação. Assim começou a Special Delivery San Diego, a empresa que leva comida a casa a pessoas que não possam sair de casa.

Começou com uma equipa pequena de voluntários, alguns deles clientes do restaurante, que levavam comida preparada no restaurante a 75 pessoas por dia. Até 1996, eram só pessoas com Sida, mas depois expandiu o conceito a todas as pessoas que vivam com doenças crónicas, incluindo cancro ou doenças linfáticas.

Os doentes são sugeridos por assistentes sociais ou médicos e recebem três refeições por dia, cinco dias por semana. Hoje em dia, o grupo, que já conta com um espaço ao lado do restaurante, já levou comida a quase 6 mil pessoas e fez mais de um milhão de refeições.

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