Irão diz que o objetivo é que acordo nuclear retome o "caminho original"
A Agência de Energia Atómica do Irão (AEAI) indicou hoje que o objetivo é que o acordo nuclear de 2015 retome o "caminho original", um dia depois de Teerão anunciar a suspensão de alguns dos seus compromissos no pacto.
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Mundo Agência
O porta-voz do AEAI, Behruz Kamalvandi, sublinhou que o Irão quer fortalecer o acordo e que a medida adotada está prevista no seu artigo 26, que estipula que Teerão pode suspender algumas das suas obrigações se a outra parte não cumprir os seus compromissos.
"O Irão tomou esta medida em resposta à saída unilateral dos Estados Unidos do acordo e ao restabelecimento das sanções", que impedem o país de obter os ganhos que previa com o pacto, insistiu.
O acordo internacional sobre o nuclear iraniano foi assinado em 2015 entre os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China -- mais a Alemanha) e o Irão.
A República Islâmica comprometeu-se a aceitar limitações e maior vigilância internacional do seu programa nuclear, que sempre garantiu ser apenas civil, em troca do levantamento de sanções.
O presidente do Irão, Hassan Rohani, deu na quarta-feira 60 dias às potências mundiais para se negociar um novo acordo nuclear, adiantando que em caso contrário retomará o enriquecimento do urânio.
Os europeus, a China e a Rússia mantêm o seu compromisso em relação ao acordo, mas até agora não têm sido capazes de permitir que o Irão beneficie das vantagens económicas com que contava devido às sanções dos Estados Unidos.
A União Europeia pediu hoje ao Irão que continue a respeitar as suas obrigações ao nível do programa nuclear e rejeitou "qualquer tipo de ultimato", comprometendo-se a "continuar os esforços para permitir a continuação do comércio legítimo" com Teerão.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, por seu turno, acusou o Irão de atuar de modo "intencionalmente ambíguo" em relação ao seu programa nuclear, enquanto a Rússia e a China manifestaram apoio a Teerão e responsabilizaram Washington por ter fragilizado o acordo.
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