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Suspensão de parte do acordo do nuclear pelo Irão é "inoportuna"
O Reino Unido considerou hoje como "inoportuna" a decisão do Irão de suspender uma parte do acordo internacional sobre o nuclear iraniano assinado em 2015 e pediu cuidado para evitar escalar para um conflito.
© Reuters
Mundo Londres
"O anúncio feito hoje por Teerão é (...) uma medida inoportuna. Desafiamos o Irão a não tomar outras medidas que levem a uma escalada do conflito e a respeitar os seus compromissos", afirmou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Mark Field, na câmara dos comuns.
"Estamos extremamente preocupados com este anúncio", disse mais tarde o porta-voz da primeira-ministra Theresa May.
O porta-voz considerou o acordo "crucial", assegurando que o documento manter-se-á ativo enquanto o Irão respeitar os seus compromissos.
O Reino Unido vai discutir as próximas etapas com os seus parceiros, nomeadamente a França e a Alemanha, referiu.
"Neste ponto, não iremos falar de impôs novamente sanções, mas não nos podemos esquecer que só foram levantadas em troca de restrições do [programa] nuclear, no quadro do acordo de Viena", lembrou Mark Field.
"Se o Irão deixar de respeitar os seus compromissos em matéria nuclear, isso terá, evidentemente, consequências", sublinhou.
O Presidente do Irão deu hoje 60 dias às potências mundiais para se negociar um novo acordo nuclear, adiantando que em caso contrário retomará o enriquecimento do urânio.
Hassan Rouhani anunciou a redução de compromissos firmados no pacto de 2015 num discurso à nação realizado um ano após a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear e de retomar as sanções contra Teerão.
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros Mohammad Javad Zarif acusou os países europeus signatários (Alemanha, França e Reino Unido) de não cumprirem "as suas obrigações" depois da retirada do acordo dos Estados Unidos.
O acordo internacional sobre o nuclear iraniano foi assinado em 2015 entre os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China -- mais a Alemanha) e o Irão.
A República Islâmica comprometeu-se a aceitar limitações e maior vigilância internacional do seu programa nuclear, que sempre garantiu ser apenas civil, em troca do levantamento de sanções.
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