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União Europeia nega que avião abatido na Líbia pertença à Operação Sophia

A Operação Sophia, missão da UE para combater o tráfico de migrantes no Mediterrâneo, negou hoje que estivesse ao seu serviço o avião abatido na Líbia, alegadamente pilotado por um homem de origem portuguesa, desmentindo o Exército Nacional Líbio.

União Europeia nega que avião abatido na Líbia pertença à Operação Sophia
Notícias ao Minuto

19:09 - 07/05/19 por Lusa

Mundo Reação

"Nenhum avião da (Operação) Sophia foi abatido (hoje na Líbia)", disse hoje à Lusa Antonello de Renzis Sonnino, porta-voz daquela organização europeia, numa mensagem enviada a partir da sede, em Roma.

O canal Al Arabiya divulgou uma informação atribuída ao Exército Nacional Líbio (ENL) em que este informava que o avião abatido no sul de Tripoli pertencia à Operação Sophia e garantia que devolveria imediatamente o piloto, de origem portuguesa.

Inicialmente, numa outra versão divulgada pela agência turca Anadolu, o ENL, as forças leais ao marechal Khalida Haftar, começaram por atribuir o avião às forças leais ao Governo reconhecido pela ONU, tendo capturado o piloto.

As forças leais a Haftar, que controla o leste da Líbia, diziam ter abatido um avião do Governo de Acordo Nacional (GAN) que teria tentado atacar posições no distrito de Hira, a sul de Tripoli.

Mas, segundo o ENL garantiu ao canal Al Arabiya, o aparelho abatido seria um avião de vigilância usado para monitorizar as rotas de tráfico de migrantes no Mediterrâneo.

Agora, em informação prestada à Lusa, a Operação Sophia nega que o avião seja seu e diz mesmo que a missão não utiliza sequer aquele tipo de aparelho -- um Mirage F1.

"Além disso, de acordo com o mandato que nos foi dado, as forças Sophia apenas operam em águas internacionais, não no território da Líbia", esclareceu o porta-voz, Antonello Sonnino.

Força Aérea portuguesa esclareceu, por seu turno, que atualmente Portugal não tem meios nem militares na Operação Sophia, da União Europeia, e que também não tem aeronaves como a que foi abatida na Líbia.

"A Força Aérea não tem nenhum meio na Operação Sophia", disse à agência Lusa o porta-voz daquele ramo das Forças Armadas, acrescentando que Portugal também não possui "aquele tipo de avião".

A Operação Sophia, que substituiu as Forças Navais Europeias no Mediterrâneo - EU NAVFOR Med, tem como missão a identificação, captura e eliminação de navios usados ou suspeitos de serem usados para o tráfico de migrantes na zona sul do Mediterrâneo central.

De acordo com o ENL, o avião foi abatido 70 quilómetros a sul de Tripoli, portanto em território soberano da Líbia.

O ENL divulgou imagens do piloto, que parece ferido, e num vídeo do suposto piloto, um dos combatentes do ENL pergunta-lhe em inglês se é militar e ele responde: "Não. Sou um civil".

Segundo a agência France Presse, na página oficial do Exército Nacional Líbio (ENL), de Haftar, o piloto é apresentado como "um mercenário português".

A Líbia tem sido vítima do caos e da guerra civil desde que, em 2011, a comunidade internacional contribuiu militarmente para a vitória dos diferentes grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Khadafi (entre 1969 e 2011).

Os combates opõem as forças do Governo de Acordo Nacional, reconhecido pela comunidade internacional, ao Exército Nacional Líbio proclamado pelo marechal Haftar, homem forte do leste líbio que ordenou, em 04 de abril, a conquista da capital, Tripoli.

Segundo as Nações Unidas, os confrontos já causaram pelo menos 432 mortos, 2.069 feridos e mais de 55 mil deslocados.

Os dois lados acusam-se mutuamente de recorrer a mercenários estrangeiros e de beneficiar do apoio militar de potências estrangeiras.

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