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Guaidó diz que fim de Maduro "nunca esteve tão perto"

Três dias depois do proclamado "fim da usurpação" do regime de NIcolás Maduro, Caracas vive uma quase normalidade, sem registo de protestos. Guaidó insiste, "o processo do fim da usurpação está em curso. E nunca esteve tão perto".

Guaidó diz que fim de Maduro "nunca esteve tão perto"
Notícias ao Minuto

20:49 - 03/05/19 por Lusa

Mundo Venezuela

Para sábado está prevista uma grande ação de protesto nacional, tendo Guaidó apelado aos venezuelanos para que vão para as ruas com intuito pacífico, para que levem as suas famílias e evitem a violência.

Juan Guaidó, o autoproclamado presidente interino da Venezuela convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa, com o pretexto de manifestar solidariedade com o primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, contra quem o Supremo tribunal de Justiça da Venezuela autorizou um processo penal acusando-o dos crimes de traição à pátria e conspiração, por ter apoiado o que diz ter sido uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente do país, Nicolás Maduro.

Num bairro pacato da zona leste da cidade, em Palos Grandes, numa moradia que é sede do partido Un Nuevo Tiempo, foi improvisado no quintal um espaço de conferência, que ficou apinhado de jornalistas, mais de uma centena, logo uma hora antes de Juan Guaidó chegar.

Guaidó centrou a sua comunicação na necessidade de uma transição pacífica, apelou a todos os venezuelanos para que se aproximem de todos os militares e seus familiares e que de forma pacífica lhes peçam para que estejam dispostos a colaborar numa transição para eleições livres e democráticas.

Quando se passou à fase de perguntas, Guaidó foi 'massacrado' com a repetida pergunta se admitia o fracasso da tentativa de transição que anunciou dia 30. Foi sempre evasivo:

"Se foi um êxito a ação de dia 30? Posso dizer que foi um fracasso porque Maduro continua usurpando" mas logo de seguida lembrava que sabe de centenas de militares que querem abandonar o regime do presidente Nicolás Maduro.

Momento curioso foi quando perguntaram ao autoproclamado presidente Interino se era verdade que tinha mantido contactos com militares e mesmo com o ministro da Defesa na sua casa: "tenho feito muitas reuniões, muitos contactos com muitas pessoas, uns militares, outros civis", quanto ao local dessas reuniões, disse que "decorreram em muitos sítios".

Perante a insistência, levantou a voz, "estamos a viver numa ditadura, seria irresponsável da minha parte dizer mais"...

"Não podemos estar a expor pessoas quando se trata de fazer a transição para uma democracia", disse.

As perguntas difíceis não acabaram e Guaidó saiu-se com esta: "Há coisas que se fazem, mas não se dizem".

A terminar a conferência de imprensa: "Tem medo?", questionaram. Guaidó virou-se para os jornalistas e respondeu que se está a viver uma ditadura na Venezuela.

"Todos nós estamos expostos, todos podemos ser mortos aqui", frisou.

Sobre Maduro, Juan Guaidó disse ser um líder que "tenta mostrar um controlo que já não exerce" até porque "já não tem o respeito e apoio dos venezuelanos", lembrando que a luta será sempre pelo cumprimento da Constituição.

Em relação à acusação que foi feita pelo Supremo Tribunal de Justiça contra Zambrano colocou a questão em termos políticos e não judiciais: "Edgar é um homem sério, não é acusado de nada, trata-se de mais um ataque ao único órgão de poder legítimo no país, a Assembleia Nacional".

Terminada a conferência de Imprensa, dezenas de jornalistas atropelaram-se tentando mais perguntas e deu-se por terminada a agitação na pacata Tercera Avenida de Palos Grandes. Na rua apenas uma dúzia de pessoas que ao se aperceberem do que se passava gritavam por Guaidó.

A crise política na Venezuela agudizou-se, na terça-feira, quando o autoproclamado Presidente Juan Guaidó, que é apoiado por cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos da América, desencadeou um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

O regime de Maduro, que tem o apoio da Rússia, além de Cuba, Irão, Turquia e alguns outros países, ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado e não houve progressos na situação, aparentemente dominada pelo regime.

Nicolás Maduro, que tem sido alvo de forte contestação nas ruas, mas que aparentemente continua a controlar as instituições, viu as chefias militares confirmaram-lhe a lealdade, mantendo a situação do país num impasse.

Pelo menos cinco manifestantes morreram, três dos quais menores, e 239 ficaram feridos nos protestos que se seguiram ao levantamento liderado por Guaidó, segundo informações das Nações Unidas.

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