Dez milhões de norte coreanos sofrem com grave falta de alimentos
Cerca de 10 milhões de pessoas na Coreia do Norte enfrentam "grave escassez de alimentos", após um ano que registou as piores colheitas da década, revelaram hoje agências alimentares da ONU.
© Reuters
Mundo ONU
Uma avaliação conjunta do Programa Mundial de Alimentos (WFP) e da Organização para a Agricultura e a Alimentação (FAO), organismos da ONU, estima que a colheita de cereais da Coreia do Norte (4,9 milhões de toneladas métricas) tenha sido a menor da última década.
A falta de alimentos na Coreia do Norte deve-se a condições climatéricas instáveis, como secas e cheias, bem como à falta de combustíveis e de fertilizantes para os trabalhos agrícolas, em grande parte consequência das sanções internacionais para pressionar o regime ditatorial de Kim Jong-un a abandonar o seu programa de armas nucleares.
"Após a pior colheita em 10 anos, devido a períodos de seca, ondas de calor e inundações, cerca de 10,1 milhões de pessoas sofrem de grave escassez de alimentos, o que significa que não têm comida suficiente até à próxima colheita", anunciaram hoje em Roma as agências das Nações Unidas.
Uma missão de avaliação realizada no mês passado encontrou "níveis de consumo de alimentos preocupantemente baixos, diversidade alimentar limitada e famílias a ser forçadas a cortar refeições ou a comer menos", acrescentaram os organismos.
A situação é "particularmente preocupante para crianças pequenas e para mulheres grávidas e lactantes, que são as mais vulneráveis à desnutrição", explicam as agências.
O relatório revela ainda preocupação com a falta de diversidade alimentar, que é vital para uma boa nutrição.
"Muitas famílias sobrevivem com uma dieta monótona de arroz a maior parte do ano, comendo muito poucas proteínas", disse Nicolas Bidault, líder do Programa Mundial de Alimentos, um dos líderes da missão.
"Isso é preocupante porque muitas comunidades já são extremamente vulneráveis e qualquer corte adicional nas rações alimentares já mínimas pode empurrá-los para uma crise de fome", acrescentou Bidault.
O economista da FAO Mario Zappacosta, que liderou a missão na Coreia do Norte, disse que a avaliação descobriu que as condições climatéricas durante o inverno deixam as culturas expostas a temperaturas congelantes, reduzindo a produção em cerca de um quinto.
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