Salvini critica na Hungria a "esquerda governante" que cria "califados"
O ministro do Interior italiano e líder da Liga, Matteo Salvini, atacou hoje ao lado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a "esquerda" que domina a UE e admitiu o surgimento de "califados" na Europa se permanecer no poder.
© Reuters
Mundo Europa
"Se a esquerda continuar a governar [na União Europeia] veremos califados nas nossas cidades", declarou Salvini no decurso de uma conferência de imprensa conjunta com Orbán na capital húngara, e após defender a aliança de formações da extrema-direita e eurocéticas que está a tentar formar no Parlamento europeu.
Nesse sentido, exprimiu a esperança de que essas "novas forças" saiam fortalecidas nas eleições para a Parlamento europeu que decorrem entre 23 e 26 de maio, e prometeu que, nesse caso, a vontade popular vai substituir os "tecnocratas".
"Muitas vezes, os que decidem [na UE] são tecnocratas que não foram eleitos", considerou.
Após reunir-se com Orbán numa deslocação assinalada pela campanha para as eleições europeias e para fortalecer a aliança da direita radical, o também vice-primeiro-ministro italiano congratulou-se por partilhar muitas perspetivas comuns com o dirigente húngaro, em particular o seu combate à imigração.
Salvini deixou claro que pretendia ver Orbán no grupo que pretende formar a partir das eleições para o Parlamento Europeu.
Orbán, líder do partido nacionalista e conservador Fidesz (no poder), assegurou que vai "prosseguir a colaboração com o partido [Liga] de Salvini".
No entanto, ao ser questionado se o Fidesz poderia abandonar o Partido Popular Europeu (PPE) e unir-se à aliança liderada por Salvini, limitou-se a reiterar que tomará uma decisão após analisar o resultado das eleições europeias.
A decisão, precisou Orbán, dependerá "de para onde se move" o PPE.
"Caso se una à esquerda [sociais-democratas] será muito difícil encontrar aí o nosso lugar, frisou.
Em março, o PPE decidiu suspender o partido de Orbán pelas reformas na Hungria nas áreas da educação e sistema judicial, apesar de ter evitado a expulsão desta formação política conservadora.
Hoje, Salvini e Orbán visitaram a localidade de Röszke, na fronteira com a Sérvia, e inspecionaram as barreiras construídas pelo Governo húngaro em 2015 para deter os refugiados.
"Estou contente por me encontrar de novo com o primeiro-ministro Viktor Orbán e ver com os meus próprios olhos quanto efetiva é a luta do seu Governo contra a imigração ilegal", disse em mensagem na rede social Twitter o político italiano.
"A meta é que a União Europeia defenda as suas fronteiras (...) e atue decididamente contra os países da Ásia e África que não cooperam com o repatriamento de imigrantes", acrescentou.
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