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"Venezuela: Cheira a liberdade", diz opositora Maria Corina Machado

A dirigente da oposição venezuelana Maria Corina Machado, líder do partido Vem Venezuela, disse hoje à agência Lusa, em Caracas, que "cheira a liberdade".

"Venezuela: Cheira a liberdade", diz opositora Maria Corina Machado
Notícias ao Minuto

23:05 - 30/04/19 por Lusa

Mundo Crise

Maria Corina Machado falava à agência Lusa ao chegar à Praça de Altamira (no leste da capital) onde se juntou a uma concentração de apoio ao autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que hoje de madrugada desencadeou um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro, para o qual envolveu militares e apelou à adesão popular.

Na Venezuela cheira a liberdade, disse Maria Corina Machado, que enviou uma mensagem aos portugueses para que saiam à rua para "celebrar a sua liberdade".

"Assim se respira a liberdade, assim se vive a liberdade em Venezuela (...) Que venham a celebrar a sua liberdade", disse.

Igualmente na Praça de Altamira encontrava-se Rafael Díaz Hernández, um venezuelano licenciado em Educação, que se juntou à manifestação na esperança de sair do "pesadelo" em que diz que se encontra o país.

"Porque já temos 20 anos com este pesadelo. Um povo (país) com tantos recursos económicos e temos pessoal classificado, recursos humanos, que tiveram que deixar o país, devido ao mau governo, à ditadura que estamos vivendo", acusou.

Segundo Rafael Díaz Hernández, hoje é possível ver, "claramente, as pessoas comendo nas ruas (do lixo)", apesar dos grandes recursos naturais que a Venezuela tem.

"Quando eles (chavismo) chegaram ao poder em 1998 produzia-se mais de 3 milhões de barris diários de petróleo, agora apenas à volta de 700 mil. Acabaram com tudo, com os princípios, os valores e desintegraram as famílias. É essa a situação que estamos vivendo", acrescentou.

Os venezuelanos querem que Nicolás Maduro "ceda o passo a uma nova geração que faça progredir o país", considerou.

"Isto é a reação do povo. Nada estava planificado. Fizeram um chamado às 05:00 da manhã e aqui está o povo na rua e em todo o país, não apenas em Caracas, é em toda a Venezuela", frisou.

A agência Lusa falou também com um militar na reserva, o coronel Hidalgo Valero, da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) que disse estar convencido de que na Venezuela "chegou o momento da verdade".

"Um militar não pode ser cobarde. Pediram-nos para defender o território e jurámos ser leais à nossa pátria. O povo está na rua e as forças armadas apoiando", disse.

Hidalgo, que também é presidente da organização "Defensores Populares" e "membro da reserva ativa da Venezuela", frisou ainda que há uns "militares sem vergonha que enriqueceram com o sofrimento do povo".

"Esses são os que acompanham (Nicolás) Maduro. Os que se apoderaram dos recursos do Estado, violando a nossa Constituição. São um grupinho minoritário, mas a massa maioritária das Forças Armadas está com o povo e hoje vai ficar demonstrado", disse.

A oposição, explicou, tem como objetivo "em todos os povoados, em todos os Estados, tomar as câmaras municipais e tomar as governações".

"Hoje é o dia. Não podemos retroceder. Este regime deve sair hoje, porque é triste que as nossas Forças Armadas tenham entregue os recursos do Estado a potências estrangeiras", frisou, explicando que "desde 1960" que os militares venezuelanos têm lutado para acabar com a influência cubana "e esse regime comunista que veio para a Venezuela".

"Senhor Maduro, dê uma conferência de imprensa, renuncie para dar começo à segunda etapa (do programa opositor), um governo de transição cívico militar e eleições livres, limpas, e assim não haverá violência", defendeu.

Também na Praça de Altamira estava Rosalia Rodríguez, que acredita que "é hoje ou não é nunca" que a oposição poderá mudar o regime.

"Aqui está o povo. Já eles (Governo) sabem que não os queremos, e tenho um verso que acabo de inventar, que quero dizer: Aqui estamos todos juntos, com a bênção de Deus, que viva a Venezuela e que viva Juan Guaidó (...) o novo Presidente", declamou.

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