Berlim e Paris tentam relançar na segunda-feira o diálogo sobre o Kosovo
Os líderes da Sérvia e do Kosovo reúnem-se na segunda-feira em Berlim com a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente francês Emmanuel Macron, numa tentativa de relançamento do diálogo entre Belgrado e Pristina, bloqueado há longos meses.
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Mundo Iniciativa
No âmbito desta iniciativa franco-alemã, aguarda-se a presença do Presidente e da primeira-ministra da Sérvia, Aleksandar Vucic e Ana Brnabic, e dos seus homólogos do Kosovo, Hashim Thaçi e Ramush Haradinaj.
Um dos tópicos será o diálogo Belgrado-Pristina, mediado pela União Europeia (UE) e que se encontra bloqueado.
No final de 2018, o Kosovo decidiu impor taxas aduaneiras de 100% a todos os produtos provenientes da Sérvia até que Belgrado reconheça a independência da sua antiga província do sul -- com maioria de população albanesa e autoproclamada em 2008 --, e termine com o bloqueio à sua integração em diversos organismos internacionais.
Belgrado tem insistido que as taxas estão a penalizar fortemente o seu comércio. O Presidente Vucic referiu por diversas vezes que o diálogo apenas seria retomado após a abolição das taxas que as autoridades kosovares impuseram aos produtos provenientes da Sérvia.
Para além do contencioso em torno das taxas alfandegárias, a formação de uma comunidade de municípios sérvios no norte do Kosovo, onde de concentra a maioria da população sérvia local, será outro dos temas em destaque, em particular após o recuo de Pristina em conceder uma ampla autonomia a estas regiões.
Neste contexto, a alteração das fronteiras e a troca de populações foi um cenário admitido para resolver o conflito em torno do Kosovo, e que teria o apoio dos dois presidentes e de diversos responsáveis internacionais, incluindo a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
No entanto, esta perspetiva conta com a firme oposição da Alemanha e Reino Unido, e a sua aplicação perece comprometida.
O Kosovo celebrou em 17 de fevereiro a sua declaração de independência, autoproclamada em 2008 e apoiada pela generalidade dos países ocidentais, na sequência da intervenção da NATO contra a Sérvia em 1999, justificada pelo conflito armado nesta sua ex-província do sul.
Na ONU, é reconhecido 102 países, num total de 193. Para além da Sérvia, que continua a considerar o Kosovo parte do seu território, a sua independência não está legitimada, entre outros, pela Rússia, China, Índia, Brasil, África do Sul, e cinco Estados-membros da União Europeia.
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