Venezuela: ONG alerta que ajuda humanitária não chegou aos hospitais
A Associação Civil pela Defesa dos Direitos Civis (ACDDC) questionou hoje a Cruz Vermelha (CV) sobre a distribuição de ajuda humanitária na Venezuela, alertando que a mesma ainda não chegou aos hospitais venezuelanos.
© Reuters
Mundo Crise
"Não chegou a ajuda humanitária a nenhum dos 600 hospitais que existem no território nacional", disse o diretor daquela ONG aos jornalistas.
Segundo Rafael Narváez, da ACDDC, os "doentes crónicos" venezuelanos "desconhecem o porquê de ainda não terem recebido ajuda humanitária" da parte daquele organismo.
Narváez, que também é advogado e deputado, explicou que "a Cruz Vermelha Internacional, pela sua história e prestígio no mundo, está obrigada a informar a população venezuelana sobre que tipo de humanitária recebeu, o que está distribuindo e onde".
Por outro lado, questionou como 'kits' purificadores de água que faziam parte da ajuda humanitária recebida recentemente pela Cruz Vermelha teriam chegado a vendedores informais e estariam a ser comercializados em Caracas.
A 22 de abril, dezenas de venezuelanos protestaram em La Candelária, no centro de Caracas, junto à sede da Cruz Vermelha da Venezuela, por alegados atrasos na entrega da ajuda humanitária por parte daquela organização.
Os manifestantes exigiram celeridade na distribuição de medicamentos e que a Cruz Vermelha divulgue o programa de distribuição da ajuda humanitária que entrou recentemente no país.
Na ocasião, foi denunciado que parte daquela ajuda estava à venda em zonas de Caracas, capital venezuelana.
"Exigimos a quem integra a Cruz Vermelha e a todos os organismos que façam a entrega de ajuda humanitária como deve ser às pessoas que realmente precisam", disse aos jornalistas a presidente do Sindicato de Empregados do Hospital Clínico de Caracas.
Segundo Margot Monastérios, na semana passada foram entregues "pastilhas para purificar e mineralizar a água, que estão à venda em alguns setores" da cidade de Caracas.
O protesto ocorreu depois de, através das redes sociais, o presidente da Cruz Vermelha Venezuelana, Mário Villarroel, ter sido acusado de, com a ajuda humanitária internacional, "dar oxigénio" ao regime do Presidente Nicolás Maduro.
A organização internacional emitiu depois um comunicado no qual apelou a que "ninguém faça nenhum tipo de ingerência nem tente politizar" a entrada e distribuição de ajuda humanitária no país.
A Venezuela passa atualmente por uma crise política, económica e social, que se tem agravado nos últimos tempos e que forçou três milhões de cidadãos a abandonar o país.
O Presidente do país, Nicolás Maduro, autorizou, no final de março, a entrada de ajuda humanitária internacional, coordenada com o seu Governo.
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