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Execuções na Arábia são marca de "regime caprichoso e autocrático"

A organização Human Rights Watch (HRW)considerou hoje que execuções em massa como as de terça-feira na Arábia Saudita são "marca de um regime caprichoso e autocrático".

Execuções na Arábia são marca de "regime caprichoso e autocrático"
Notícias ao Minuto

16:50 - 24/04/19 por Lusa

Mundo HRW

A Arábia Saudita executou, na terça-feira, 37 pessoas condenadas por terrorismo, execuções que decorreram em cinco regiões do país.

Em comunicado hoje divulgado, a HRW sublinha que se tratou da maior execução massiva desde janeiro de 2016, quando Riade executou 47 homens.

A organização sublinhou que, com estas execuções, a Arábia Saudita eleva para mais de 100 o número de condenados executados este ano, incluindo 40 por crimes relacionados com drogas, "uma taxa muito mais elevada do que em anos anteriores".

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, os julgamentos que levaram à condenação destes 37 homens ficaram marcados por alegações de que as autoridades teriam obtido confissões sob tortura.

"As autoridades sauditas irão inevitavelmente caracterizar os executados como terroristas e criminosos perigosos, mas a realidade é que os tribunais sauditas são em grande parte desprovidos de qualquer processo equitativo e muitos dos executados foram condenados com base apenas em confissões que, segundo acreditam, foram coagidas", alertou o vice-diretor da HRW para o Oriente Médio, Michael Page.

Para Michael Page, a pena de morte "nunca é a resposta aos crimes e a execução de prisioneiros em massa mostra que a atual liderança saudita tem pouco interesse em melhorar o triste histórico de direitos humanos no país".

"As execuções massivas não são marca de um governo 'reformista', mas sim de um regime caprichoso e autocrático", disse.

A Arábia Saudita executou, na terça-feira, 37 pessoas condenadas por terrorismo, execuções que decorreram em cinco regiões do país, anunciou o ministério do Interior.

De acordo com o ministério, estas execuções massivas foram concretizadas na capital Riade, nas cidades santas de Meca e Medina, na região sunita de Al-Qassim (centro) e na província oriental onde se concentra a minoria xiita.

Os condenados, todos de nacionalidade saudita, foram considerados culpados de "terem adotado o pensamento terrorista extremista" e de "terem formado células terroristas", afirmou o ministério numa nota divulgada pela agência oficial SPA.

Na Arábia Saudita as execuções são geralmente aplicadas por decapitação, e o ministério anunciou que um dos condenados foi de seguida crucificado, um tratamento reservado aos autores de crimes considerados particularmente graves.

As anteriores execuções massivas na Arábia Saudita remontam a janeiro de 2016, quando 47 pessoas, também condenadas por terrorismo, incluindo o chefe religioso xiita Nimr Baqer al-Nimr, foram mortas no mesmo dia.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou hoje "nos termos mais firmes" a execução de 37 pessoas condenadas por terrorismo na Arábia Saudita.

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