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Guterres condena "ampla impunidade" sobre violência sexual nas guerras

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, denunciou hoje a "ampla impunidade" que se continua a assistir sobre a violência sexual nas guerras e apelou aos governos mais medidas para combater este problema.

Guterres condena "ampla impunidade" sobre violência sexual nas guerras
Notícias ao Minuto

18:54 - 23/04/19 por Lusa

Mundo ONU

"A violência sexual continua a ser uma característica horrível dos conflitos em todo o mundo", considerou Guterres perante o Conselho de Segurança, onde apelou a que este órgão integre plenamente o assunto da violência sexual nos seus mecanismos de sanções e reforce a justiça para este tipo de crimes.

"Há uma ampla impunidade para a violência sexual nos conflitos", afirmou Guterres, acrescentando que "a maioria destes crimes nunca se denunciam, investigam ou perseguem".

O secretário-geral exigiu ainda um aumento do apoio às vítimas para que contem com atenção médica, compensações e outros tipos de assistência.

As declarações de Guterres surgiram durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, na qual os 15 membros firmavam um compromisso de última hora para aprovar uma resolução de reforço de medidas contra a violência sexual.

O texto, proposto pela Alemanha, enfrentou uma forte oposição por parte de vários países, principalmente os Estados Unidos, a Rússia e a China.

Segundo fontes diplomáticas, a Casa Branca rejeita que o documento mencione a necessidade de dar assistência rápida às vítimas e que inclua serviços de saúde "sexual e reprodutiva".

Entretanto, a Rússia e a China propuseram uma resolução alternativa, sem menções explícitas sobre a saúde sexual e reprodutiva, e que limita outras propostas da Alemanha, contando com o apoio dos seus sócios europeus e outros países.

"Esta é uma verdadeira batalha", afirmou aos jornalistas o embaixador francês, François Delattre, na sua chegada à reunião e, sem mencionar diretamente nenhum país, comentou que "há decisões que não se entendem".

Embora a oposição de países que têm direito de veto complique o processo, a Alemanha tenciona submeter a resolução a uma votação ainda hoje, coincidindo com o debate sobre violência sexual nos conflitos, celebrado todos os anos pelo Conselho de Segurança e marcado para quarta-feira.

Além de representantes de governos de todo o mundo, na sessão estiveram presentes também os vencedores do Prémio Nobel da Paz, o congolês Denis Mukege e a iraniana Nadia Murad, pela sua luta a favor dos direitos humanos e contra a violência sexual.

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