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Ministra brasileira diz que peste suína pode favorecer vendas de carne

A ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, considerou que o ressurgimento da peste suína africana na China pode ser uma oportunidade para o Brasil ampliar o seu mercado de venda de carnes naquele país.

Ministra brasileira diz que peste suína pode favorecer vendas de carne
Notícias ao Minuto

11:58 - 23/04/19 por Lusa

Mundo Agricultura

"Com o problema [da peste suína] que vem se agravando lá [na China], vemos grande oportunidade de o Brasil ocupar parte desse espaço", disse a ministra durante um evento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), na segunda-feira.

Segundo a Agência Brasil, a representante do Governo brasileiro também estimou que o Brasil fará menos exportações de soja para o mercado chinês, mas esta queda deverá ser compensada pela venda de proteína animal.

"Com certeza diminuirão as nossas exportações de soja, mas nós vamos agregar valor. Em vez de vender soja a 500 dólares [444 euros] a tonelada, vamos vender a proteína a 2 mil dólares [1.780 euros] a tonelada, seja de frango, carne bovina ou suína", afirmou Teresa Cristina.

A peste suína africana foi erradicada do Brasil em 1984, mas o recente surto da doença fez com que o país decretasse medidas de prevenção.

"Hoje a doença está espalhada só na Ásia, mas é muito preocupante [...] O Brasil precisa estar seguro de que essa peste não chega aqui", concluiu a ministra brasileira.

Analistas preveem que a China produza menos 130 milhões de porcos, este ano, devido a surtos de peste suína, problema que poderá ter efeitos inflacionários no preço da carne a nível mundial.

Na semana passada, o Ministério da Agricultura chinês previu uma subida homóloga de 70% no preço da carne suína no país, ao longo do segundo semestre de 2019.

No mercado de futuros de Chicago ou nas bolsas de Nova Iorque ou São Paulo, as ações de produtoras de carne dispararam.

A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A atual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em agosto passado.

Nos últimos meses, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar por todo o país. Apenas a ilha de Hainan, no extremo sul do país, e as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, não registaram ainda casos.

Milhões de porcos foram já abatidos.

A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país. Dados oficiais revelam que os consumidores chineses comem 55 milhões de quilos de carne de porco por ano, de longe o maior mercado do mundo.

O país produz anualmente 430 milhões de porcos.

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