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Xi Jinping apela a cooperação entre forças navais de todo o mundo

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou hoje à cooperação entre as marinhas de todo o mundo, numa altura de rápido crescimento do poderio naval da China, que tem suscitado tensões regionais.

Xi Jinping apela a cooperação entre forças navais de todo o mundo
Notícias ao Minuto

09:18 - 23/04/19 por Lusa

Mundo China

O apelo de Xi inaugurou a parada que marca o 70.º aniversário das forças navais do Exército de Libertação Popular, nas águas de Qingdao, nordeste do país.

Após o discurso, Xi embarcou no contratorpedeiro Xining, um dos navios de guerra mais modernos e capazes da China.

Depois de mais de duas décadas de sucessivos aumentos dos gastos militares, Pequim está a converter a sua marinha, até então limitada à defesa costeira, numa força capaz de patrulhar os mares próximos do país e de se aventurar no alto mar global.

A marinha chinesa "continuará a fortalecer o intercâmbio e a cooperação com as marinhas estrangeiras" e a "assumir as suas responsabilidades internacionais, salvaguardar a segurança das rotas marinhas internacionais e oferecer apoio à segurança marítima", afirmou Xi, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

"As forças armadas chinesas estão comprometidas em criar um ambiente de segurança com base na igualdade, confiança mútua, equidade e justiça, uma participação conjunta e benefícios compartilhados", acrescentou Xi Jinping, que é também o líder das forças armadas chinesas.

Pequim considera o desenvolvimento das suas forças navais crucial para proteger os seus interesses nacionais, mas suscita preocupação nos países vizinhos e em Washington, que vê agora em causa a sua hegemonia militar no Pacífico, mantida desde a Segunda Guerra Mundial.

Nos últimos anos, construiu ilhas artificiais capazes de receber instalações militares no Mar do Sul da China, em territórios disputados pelos países vizinhos.

As forças navais do Exército de Libertação Popular querem "acelerar a construção de uma força naval compatível com o estatuto do país" e "capaz de responder às ameaças à segurança marítima e dissuadir e equilibrar forças com o principal adversário", lê-se num editorial assinado pelo vice-almirante Shen Jinlong e o vice-almirante e diretor político das forças navais chinesas, Qin Shengxiang.

O mesmo editorial destaca a retirada de cidadãos chineses durante o conflito no Iémen, em 2015, a conclusão, no ano passado, do Destroyer 55 - o primeiro porta-aviões de construção chinesa -, e o estabelecimento da primeira base militar do país além-fronteiras, em Djibuti, no Corno de África.

Segundo especialistas, o Destroyer 55 é a primeira embarcação de guerra da China que está ao nível do norte-americano Ticonderoga.

Com mais de 10.000 toneladas, a embarcação está dotada de 112 unidades com sistema de lançamento vertical (VLS, na sigla em inglês), usadas para disparar mísseis contra aviões adversários.

O país continua, ainda assim, a ter menos de um décimo do total de 8.720 unidades VLS que dotam a marinha norte-americana, embora as suas capacidades estejam a aumentar rapidamente.

Segundo o Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, a frota de navios de guerra antiaérea dos EUA aumentou de 51 para 87, nos últimos 20 anos, enquanto a China passou de nenhum para 15.

Oficiais de mais de 60 países assistiram à parada militar de hoje, a maior de sempre do país, segundo a imprensa chinesa.

Quase metade dos países, alguns aliados dos Estados Unidos, enviaram navios para participar do desfile. Uma fragata de Singapura foi a primeira a chegar a Qingdao, na quinta-feira. As Filipinas e o Vietname, que reclamam territórios no Mar do Sul da China, trouxeram também embarcações militares.

O Japão, que abriga o maior número de bases militares norte-americanas próximas da China, participará com um contratorpedeiro, ilustrando o reaproximar entre Tóquio e Pequim.

Os Estados Unidos não enviarão qualquer navio.

Washington esteve representado pelo seu chefe de operações navais, no 60º aniversário das forças navais do Exército de Libertação Popular, em 2009, mas desta vez enviou apenas o adido de Defesa da embaixada em Pequim.

A decisão ilustra um declínio nos contactos entre os exércitos das duas potências, enquanto o Pentágono enfatiza a necessidade de conter a ascensão da China.

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