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Salvini investigado por impedir desembarque de migrantes em Itália

O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, divulgou hoje que está a ser investigado novamente pela retenção de um navio humanitário de resgate de migrantes durante dias no mar, uma política que suscita críticas dentro do próximo executivo italiano.

Salvini investigado por impedir desembarque de migrantes em Itália
Notícias ao Minuto

17:03 - 15/04/19 por Lusa

Mundo Migrações

"Sou objeto de uma nova investigação", anunciou o também vice-primeiro-ministro e líder da extrema-direita italiana, à margem de uma conferência de imprensa.

"Cá vamos de novo", reforçou o líder da Liga (partido de extrema-direita), que no verão de 2018 foi formalmente investigado por um outro caso com contornos semelhantes.

Em março do ano corrente, o Senado italiano decidiu bloquear qualquer ação contra o ministro italiano. Os parlamentares italianos têm este poder se considerarem que um ministro agiu em conformidade com as suas funções e no interesse superior do Estado.

O atual caso está relacionado com os 47 migrantes resgatados a 19 de janeiro ao largo da Líbia pelo navio da organização não-governamental (ONG) alemã "Sea-Watch", que foram impedidos de desembarcar na Catânia, na Sicília, a 31 de janeiro, após um acordo de distribuição e de acolhimento formalizado com vários países europeus, incluindo Portugal.

Apesar das ameaças de prisão e das acusações lançadas por Matteo Salvini contra a tripulação do navio da ONG alemã, o Ministério Público da Catânia esclareceu prontamente que não tinha identificado qualquer infração.

Já o Ministério Público de Siracusa, porto siciliano onde a embarcação permaneceu ao largo durante vários dias para se proteger do mau tempo, abriu um inquérito por sequestro e identificou o ministro do Interior italiano como suspeito.

"Não sei se é razão para rir ou não", afirmou Matteo Salvini sobre esta nova investigação.

"Mas aos juízes que vão decidir e aos meus colegas ministros que têm expressado as suas dúvidas nas últimas horas, repito que os portos italianos estão e permanecerão fechados", reforçou.

Numa altura em que os serviços de informação italianos alertam para o risco de novas partidas de migrantes da Líbia por causa da escalada militar registada nas últimas semanas naquele país, vários ministros do Movimento 5 Estrelas (M5S, populista), parceiro governamental de Salvini, têm questionado a linha política relacionada com as migrações imposta pelo ministro do Interior.

"Encerrar os portos é uma medida ocasional, é eficaz em certos casos quando é preciso sacudir a União Europeia (UE)", declarou o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio.

"Funciona por agora, mas em caso de uma intensificação da crise, não será suficiente", prosseguiu Luigi Di Maio.

Também a ministra da Defesa italiana, Elisabetta Trenta, levantou dúvidas sobre a política de "portos fechados" defendida por Salvini.

"Se chegarmos a ter uma guerra (na Líbia), não vamos receber migrantes, mas sim refugiados. E os refugiados devem ser acolhidos", referiu a ministra.

Em reação às declarações dos ministros, Matteo Salvini respondeu: "Da ordem pública, da segurança e da defesa das fronteiras, eu ocupo-me".

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