Tweet de Trump gera ameaças de morte para congressista democrata
Escalada de tensão entre Donald Trump e democratas a reboque de um vídeo publicado pelo presidente norte-americano no Twitter.
© Reuters
Mundo Estados Unidos
Donald Trump fez na sexta-feira uma publicação, através do Twitter, que causou polémica generalizada. O presidente norte-americano publicou um vídeo em que a congressista democrata Ilhan Omar fala sobre os atentados do 11 de Setembro, acusando-a de menorizar os ataques e a responsabilidade dos seus autores sobre os mesmos.
Omar, a primeira congressista somali-norte-americana e uma das primeiras muçulmanas, fazia um discurso, em março, num grupo de defesa dos direitos civis dos muçulmanos, onde falava sobre o preconceito de que continuam a ser alvo, dizendo que continuam a ser vistos como “cidadãos de segunda categoria” e que se senta “cansada disso”.
Durante o discurso, Omar referiu-se aos ataques do 11 de Setembro como “algo que algumas pessoas fizeram”, sendo esta afirmação aquela que é destacada no vídeo publicado pelo presidente norte-americano, sendo intercalada com imagens de vídeo dos ataques às Torres Gémeas.
WE WILL NEVER FORGET! pic.twitter.com/VxrGFRFeJM
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 12 de abril de 2019
A líder da Câmara dos Representantes dos Estados Umndos, a democrata Nancy Pelosi, foi uma das primeiras vozes críticas da atitude de Donald Trump, sublinhando a que “a memória do 11 de Setembro é território sagrado”. “O presidente não deve usar dolorosas imagens do 11 de Setembro para um ataque político”, acrescentou a ‘speaker’ norte-americana.
The memory of 9/11 is sacred ground, and any discussion of it must be done with reverence. The President shouldn’t use the painful images of 9/11 for a political attack.
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) 13 de abril de 2019
Ilhan Omar, eleita pelo estado do Minnesota, nas eleições intercalares de novembro do ano passado, afirmou este domingo à noite que a publicação do vídeo aumentou o número de ameaças de morte de que é alvo.
New Rep. Ilhan Omar statement: "Since the President’s tweet Friday evening, I have experienced an increase in direct threats on my life—many directly referencing or replying to the President’s video.” pic.twitter.com/j9ajDLefYz
— Amanda Terkel (@aterkel) 15 de abril de 2019
“Desde o tweet do presidente, na sexta-feira à noite, assisti a um aumento de ameaças de morte – muitas a referenciar diretamente ou em resposta ao vídeo do presidente”, denunciou a congressista. “A retórica violenta e todas as formas de discurso de ódio não têm lugar na nossa sociedade, muito menos do nosso chefe de governo”, escreveu. “Somos todos Americanos. Isto está a pôr vidas em perigo. Tem que acabar”, indicou.
Para a escalada de tensão contribuiu o facto de a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, ter apoiado a divulgação do vídeo e da mensagem que passa. “Os comentários dela foram absolutamente vergonhosos e indignos de um membro do Congresso, acho bom que o presidente a denuncie”, afirmou.
Sanders desmente que o líder republicano esteja a incitar ao ódio. “O presidente não deseja mal e certamente não deseja violência sobre ninguém”, reiterando que está “absolutamente certo” em denunciar a congressista.
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