Ministro argelino impedido de sair do aeroporto por manifestantes
Manifestantes impediram hoje o ministro da Energia da Argélia, Mohamed Arkab, de sair do aeroporto de Tébessa, no Leste, onde se deslocou para uma visita oficial, noticiou a agência France Presse, citando a imprensa argelina.
© Lusa
Mundo Tensão
Arkab permaneceu bloqueado durante várias horas no átrio do aeroporto, após a aterragem do seu avião ao início da tarde em Tébessa, localidade próxima da fronteira com a Tunísia, a cerca de 450 quilómetros de Argel, segundo os jornalistas.
"Várias centenas de manifestantes bloquearam todas as saídas do aeroporto" e impediram a sua saída, disse um jornalista local sob anonimato, adiantando que as autoridades locais e os serviços de segurança estavam à procura de uma solução.
A informação foi confirmada à France Presse por outro jornalista local.
Segundo as mesmas fontes, o ministro foi retirado finalmente através de uma passagem secreta e deverá apanhar um avião em Constantina com destino a Argel.
No sábado, uma delegação de vários ministros que estavam a visitar Béchar, no oeste da Argélia, foram "importunados" por manifestantes, segundo a agência oficial APS.
Milhares de argelinos manifestam-se nas ruas desde 22 de janeiro contra o que apelidam de "sistema" no poder.
O movimento de contestação inédito foi desencadeado com o anúncio da candidatura do presidente, Abdelaziz Bouteflika, doente e praticamente desaparecidos há vários anos, a um quinto mandato.
Bouteflika demitiu-se em 2 de abril sobre a pressão conjugada das manifestações nas ruas e das Forças Armadas, depois de em 31 de março ter sido nomeado um novo governo.
Mas os manifestantes reclamam a partida de "todo o sistema" no poder, incluindo o primeiro-ministro, Noureddine Bedoui, e o presidente do parlamento, Abdelkader Bensalah, que desde 9 de abril assegura interinamente a presidência do país.
Para os argelinos, as estruturas e personalidades do "sistema" instaurado por Bouteflika em 20 anos de poder e encarregado de organizar as próximas eleições presidenciais que deverão eleger o seu sucessor em 4 de julho não permitem garantir um escrutínio livre e justo.
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