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Advogada de Assange acusa Equador de fazer afirmações "ultrajantes"

Em causa estão as ações do fundador do WikiLeaks descritas pela embaixada equatoriana em Londres.

Advogada de Assange acusa Equador de fazer afirmações "ultrajantes"
Notícias ao Minuto

18:18 - 14/04/19 por Sara Gouveia

Mundo WikiLeaks

A advogada de Julian Assange, Jennifer Robinson, acusa o governo do Equador de ter feito afirmações "ultrajantes" sobre o comportamento do fundador do Wikileaks enquanto este vivia na embaixada do país em Londres. Segundo a mulher, as alegações feitas sobre o comportamento "nojento" de Assange, que incluíam que este teria sujado as paredes de fezes, foram fabricadas de forma a garantirem um pretexto para o forçarem a sair de lá.

A embaixada acusava também Assange de ter de ser relembrado para puxar o autoclismo na casa de banho, de deixar roupa interior suja no lavatório, de não lavar a loiça e de deixar o forno ligado.

Numa entrevista à Sky News, a advogada referiu ainda que tem visitado Assange nos últimos sete anos e que o australiano "tem estado a viver dentro de um quarto sem acesso ao exterior. Dentro da embaixada foi-se tornando mais difícil. As políticas mudaram quando a situação política do Equador mudou com o novo líder".

"O Equador fez estas alegações para justificar o ato ilegal e nunca antes visto de deixar a polícia entrar dentro de uma embaixada", garantiu.

Sobre os motivos que fizeram o fundador do WikiLeaks aguentar tanto tempo no interior da embaixada, Jennifer refere que tal aconteceu pelo seu "medo real e legítimo de uma extradição para os Estados Unidos". "Que como se viu na quinta-feira provaram ser justificados", acrescentou.

Julian Assange enfrenta acusações nos Estados Unidos por "conspiração para cometer pirataria informática" em sequência da divulgação dos documentos classificados do governo norte-americano pelo Wikileaks.

A advogada do ex-asilado garantiu ainda que Assange não permaneceu na embaixada para evitar as investigações por acusações de violação e abuso sexual que enfrentava na Suécia. "Isto não se tratava e não se trata de evitar enfrentar a justiça sueca. Trata-se de evitar a justiça norte-americana. Ele cooperou com a investigação sueca. Os procuradores suecos foram à embaixada para ouvir o seu testemunho. Depois disso arquivaram o caso", atirou.

Recorde-se que Julian Assange foi detido no interior da embaixada equatoriana em Londres, na passada quinta-feira, quando o embaixador decidiu retirar-lhe o estatuto de asilado e convidar as autoridades a entrarem no local. Depois disso foi presente a tribunal onde foi acusado de ter violado os termos da sua liberdade condicional, o que poderá implicar uma pena de prisão até um ano.

A 2 de maio vai ser presente a tribunal via vídeo para responder pelo pedido de extradição dos Estados Unidos que, segundo a advogada, irá "contestar e combater".

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