Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 13º MÁX 24º

Espanha: PSOE volta a subir e contraria quebra

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) deverá voltar a "erguer a cabeça" nas eleições legislativas de 28 de abril próximo, depois de ter baixado até aos 22% nos últimos anos com o aparecimento de novas forças políticas.

Espanha: PSOE volta a subir e contraria quebra
Notícias ao Minuto

09:28 - 13/04/19 por Lusa

Mundo Eleições

Liderado por Pedro Sánchez, atual primeiro-ministro de um Governo minoritário sustentado apenas por 84 deputados num total de 350, o PSOE, fundado em 1879, lidera todas as sondagens pré-eleitorais, com cerca de 30% de intenções de voto.

O PSOE parece estar a voltar a conseguir concentrar o voto útil (ou estratégico) da esquerda, beneficiando da desilusão em relação ao Podemos (extrema-esquerda) enredado numa série de conflitos e cisões internas, depois de ter conseguido em 2016 chegar aos 21,1% e quase superado os socialistas.

"O PSOE parece ter ressuscitado e isso tem a ver com uma série de coisas" entre elas o facto de o seu líder, que é o atual primeiro-ministro, "aparecer agora com uma pessoa séria e não dizer as barbaridades dos seus opositores de direita", afirmou a editora-chefe do El Mundo, Lúcia Mendez.

Para esta jornalista, os socialistas também beneficiam do "medo" das pessoas da direita radical (Vox), com "certos eleitores a pensarem que a liberdade pode estar em perigo".

Com mais de 40% de eleitores a afirmarem estar indecisos quanto ao partido em que vão votar, o resultado final é muito incerto, assim como a política de alianças pós-eleitorais.

No entanto, as sondagens indicam que o PSOE poderia aspirar a Governar tanto com o Unidas Podemos (coligação de extrema-esquerda que inclui o Podemos e a Esquerda Unida) como com o Cidadãos (direita-liberal), que no entanto já recusou fazer qualquer aliança pós-eleitoral com os socialistas chefiados por Pedro Sánchez, e aposta tudo na tentativa de liderar um bloco de partidos de direita.

Se os estudos de opinião de confirmarem, os socialistas não precisariam sequer para governar dos pequenos partidos nacionalistas e independentistas que foram decisivos à nomeação do líder do PSOE para a chefia do executivo.

Na reta final da campanha, os socialistas deverão voltar a defender a gestão que têm feito do diferendo com a Catalunha, região espanhola onde há uma maioria parlamentar e um executivo regional formado por partidos separatistas que defendem a independência da comunidade autónoma.

Enquanto os partidos de direita querem "mão dura" no relacionamento com o atual executivo regional independentista, os socialistas apostam no diálogo, que parece não estar a dar muitos frutos para resolver o problema.

Para sossegar os votantes de esquerda defensores da unidade de Espanha, o líder socialista, Pedro Sánchez, esclareceu no último fim de semana que, enquanto o PSOE estiver no poder, "não haverá a independência da Catalunha", nem qualquer referendo de autodeterminação.

"Não é não. Se houver um Governo socialista, não haverá independência na Catalunha, não haverá referendo sobre a independência e não será na Catalunha que se irá despedaçar a Constituição espanhola, isso não vai acontecer", assegurou Sánchez.

Os socialistas espanhóis intercalaram-se com o Partido Popular (direita) na condução do Governo espanhol desde a transição democrática iniciada em 1977, no que foi um sistema bipartidário quebrado em 2015 com o avanço de novos partidos dispostos a lutar contra a corrupção e a falta de resposta das formações tradicionais contra a crise económica.

Os socialistas foram liderados nas décadas 1980 e 1990 pelo histórico e carismático Felipe Gonzalez que foi primeiro-ministro do executivo espanhol durante quase 14 anos, o mandato mais longo da democracia espanhola.

O PSOE tem neste momento como secretário-geral Pedro Sánchez responsável em 2015 pelo pior resultado do partido (22%) da época democrática, mas que depois de ser afastado em 2016 voltou a ganhar a liderança e subir ao lugar de primeiro-ministro em 02 de junho último.

Pedro Sánchez é alvo de muitas críticas da direita por "estender a mão" aos partidos minoritários nacionalistas bascos e independentistas catalães que lhe deram o apoio pontual necessário para subir ao poder e que também foram responsáveis pela sua queda em fevereiro último.

Os socialistas concorrem às eleições de 28 de abril com o programa eleitoral "110 compromissos com a Espanha que queres", onde defendem medidas como a do rendimento mínimo vital, um novo estatuto para os trabalhadores e a atualização das pensões de reforma conforme o índice de preços ao consumidor.

O PSOE promete ainda alterar a tipificação atual dos delitos sexuais, reformar a Constituição para limitar a imunidade que os políticos gozam, avançar com uma estratégia nacional de luta contra a desinformação, a aprovação e regulamentação da "eutanásia e a morte digna", entre outras medidas.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório