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Trabalhistas querem que governo bloqueie extradição de Assange para EUA

Dirigentes do partido Trabalhista defenderam hoje que o Governo britânico deve opor-se à extradição do cofundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os EUA, por ter ajudado a expor irregularidades.

Trabalhistas querem que governo bloqueie extradição de Assange para EUA
Notícias ao Minuto

16:14 - 12/04/19 por Lusa

Mundo WikiLeaks

O líder do principal partido da oposição, Jeremy Corbyn, escreveu na rede social Twitter que os EUA querem extraditar Assange porque ele expôs "provas de atrocidades no Iraque e no Afeganistão".

Já a porta-voz trabalhista para as questões de administração interna, Diane Abbott, defendeu, em declarações à rádio BBC 4, que o governo deve bloquear a extradição invocando a defesa dos direitos humanos.

Os EUA submeteram o pedido de extradição de Assange devido à alegada "conspiração" para infiltrar o sistema informático do Pentágono, mas Abbot considera que o que está em causa é a "vergonha pelas coisas que ele revelou sobre os serviços militares e de serviços de segurança norte-americanos".

A deputada trabalhista entende que deve ser usado o mesmo princípio que a primeira-ministra, Theresa May, aplicou quando era ainda ministra do Interior, em 2012, e impediu a extradição do pirata informático britânico Gary McKinnon devido ao risco de suicídio se fosse em julgado nos EUA.

Assange encontra-se atualmente detido na prisão de Wandsworth, no sul de Londres, enquanto aguarda a sentença da justiça britânica por ter desrespeitado as condições da liberdade condicional em 2012, quando se refugiou na embaixada do Equador enquanto asilado, pena que pode ir até 12 meses de prisão.

O processo do pedido de extradição feito pelos Estados Unidos deverá ser de novo analisado a 02 de maio no tribunal de magistrados de Westminster, mas especialistas admitam que se possa prolongar por vários anos.

O castigo máximo para o crime de que é acusado pelas autoridades norte-americanas é de cinco anos de prisão, mas o australiano de 47 anos receia ser alvo de acusações mais graves.

Assange é uma figura que divide opiniões, considerado por alguns um herói da liberdade de imprensa que enfrentou governos ao publicar no WikiLeaks documentos confidenciais comprometedores.

Outros acusam-no de ter colaborado com a Rússia para divulgar emails comprometedores de Hillary Clinton durante a campanha para as eleições presidenciais dos EUA que resultaram na vitória de Donald Trump.

A antiga candidata democrata comentou hoje que "a verdade é que ele precisa responder pelo que fez, pelo menos do que foi acusado".

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