Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, apresenta a demissão
Estão a ser levadas a cabo negociações para estabelecer um governo de transição.
© Reuters
Mundo Conflito
O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, apresentou a demissão do cargo e já estão a ser postas em andamento conversações para um governo de transição, avança a Reuters. Milhares de pessoas têm marchado na capital do país, Cartum, e segundo os meios de comunicação locais, o exército sudanês disse ter um anúncio importante para fazer em breve. Após o anúncio, às 05h00 (03h00 em Lisboa) a televisão pública passou a emitir apenas o distintivo do Exército ao som marchas militares.
Protestos a pedir a renúncia do presidente já decorrem desde o passado sábado nos arredores do complexo militar de Cartum. Omar al-Bashir, que há muito tempo é indesejado em vários países do continente africano e que é alvo de acusações por parte de instâncias jurídicas internacionais por genocídio, governou o Sudão durante mais tempo do que qualquer outro líder desde que o país se tornou independente em 1956.
Segundo Sara Abdelgalil, uma porta-voz da Associação de Profissionais Sudanesa, que está a cargo da organização dos protestos, refere que as manifestações vão continuar, pois os sudaneses não vão ficar satisfeitos se Omar al-Bashir for meramente substituido por outro militar num golpe. "Temos pedido às pessoas para que continuem o protesto em frente à sede do exército e que a revolta continue até que haja uma queda completa de todo o regime", explicou.
O Comité Central de Médicos do Sudão, uma organização sindical da oposição, afirma que aumentou para 22 o número de mortos, desde sábado, entre os quais cinco militares que defendiam os manifestantes dos elementos do corpo de polícia.
A mesma organização refere que 153 pessoas ficaram feridas, sendo que um número "significativo" de feridos se encontra em estado grave pelo que admite que o número de mortos pode aumentar nos próximos dias.
Omar al-Bashir chegou ao poder em 1989 como um general pouco conhecido. Durante os seus 30 anos no poder espalhou a guerra pelo seu país, com o seu regime a bombardear civis com aviões, a cometer crimes de guerra, contra a humanidade e a levar a cabo genocídio na região de Darfur.
Os protestos tiveram inicio em meados de dezembro passado, pelos preços altos e inflação, mas logo acabou por se voltar contra o presidente.
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