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Ex-presidente Raúl Castro alerta para agravamento da economia
O ex-Presidente de Cuba, Raúl Castro, pediu hoje aos cubanos que se preparem para o agravamento da economia do país devido ao endurecimento do embargo dos Estados Unidos (EUA).
© Reuters
Mundo Cuba
As declarações de Castro surgem no mesmo dia em que o parlamento cubano proclamou a Constituição proposta pelo Partido Comunista, referendada a 24 de fevereiro passado.
Raúl Castro acredita, porém, que Cuba não vai viver um novo Período Especial, referindo-se à grave crise financeira, energética e alimentar que assolou o país no início da década de 1990, após o fim da União Soviética e a retirada dos subsídios que a ilha recebia do bloco comunista.
"Hoje o panorama da economia é outro, mas temos que estar preparados para a pior variante", afirmou o ex-presidente de 87 anos, que recebeu o poder do seu irmão Fidel Castro em 2006, tendo sido substituído no ano passado pelo atual presidente, Miguel Diaz-Canel.
Para combater o que considera ser uma crise económica que se avizinha, o ex-presidente pediu aos cubanos que dupliquem os esforços para aumentar a produção, em especial de alimentos, que adotem hábitos de poupança, otimizem o uso de energia e evitem os roubos de combustível.
O ex-dirigente apelou ainda para que o povo resista aos "novos obstáculos" que enfrenta com o "recrudescimento económico e financeiro", referindo-se ao endurecimento do embargo dos EUA ao país, com o governo de Donald Trump.
O discurso do ex-presidente surge num momento de incerteza relativamente à economia de Cuba, um país que tenta há anos atrair o investimento estrangeiro e substituir importações para resolver os seus problemas na balança de pagamentos.
Entre as alterações aprovadas para o novo texto constitucional hoje proclamado, figura o reconhecimento da propriedade privada e a autorização para investimento estrangeiro na economia, mas continua a proibir a constituição de mais partidos, além do Partido Comunista Cubano.
Na economia, a nova versão da Constituição considera o reconhecimento das leis de mercado com um fator na vida económica, embora elas devam ficar debaixo de regulação governamental.
Com esta nova abordagem, a Constituição passa a admitir os negócios privados e as cooperativas (fora do setor agrícola) como organizações legítimas de atividade económica.
No setor social, a nova Constituição inclui a identidade de género na proibição de formas de discriminação, bem como a permissão de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Um dos pontos criticados tem sido o artigo 3.º da Constituição, que diz que a traição ao país é um dos mais sérios crimes e que quem o cometer "ficará sujeito a grave penalização".
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