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Maldita.es caça contradições e exageros dos políticos espanhóis

A Maldita.es começou por ser em 2013 uma conta no Twitter e hoje é uma página incontornável na internet de caçadores de notícias falsas e de desinformação em Espanha, principalmente das contradições e exageros do discurso político.

Maldita.es caça contradições e exageros dos políticos espanhóis
Notícias ao Minuto

09:17 - 09/04/19 por Lusa

Mundo Fake news

"Somos jornalistas normais. Não inventámos nada. Apenas tentamos comprovar se é verdade o que se divulga nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais", disse à Lusa Julio Montes, que juntamente com Clara Jiménez fundaram este projeto.

A Maldita Hemeroteca foi o primeiro canal que tiveram, dedicado a mostrar as contradições dos políticos, e hoje conta com mais de 200 mil seguidores nas redes sociais.

"Fazemos parte do sistema informativo e somos utilizados como ferramenta de luta contra a desinformação e as dúvidas que as pessoas têm", afirmou Julio Montes.

A Maltita.es é um projeto jornalístico independente e sem fins lucrativos com o objetivo de dar aos cidadãos "as ferramentas para que estes não sejam enganados".

A Maldita Hemeroteca, que hoje tem também as páginas do Maldito Bulo (mentira), a Maldita Ciência e o Maldito Dato (dado), dedica-se a monitorizar o discurso político e as informações que circulam nas redes sociais.

No começo eram apenas dois jornalistas, mas atualmente já são 15 a analisar as mensagens que circulam, aplicando técnicas do jornalismo de dados na sua verificação.

"Não utilizamos o termo 'notícia falsa' porque esta nunca teve a intenção de ser 'notícia', não tem o direito de se chamar "notícia", o que pretende é desinformar com uma mentira", explicou o fundador da Maldita.es.

Para Julio Montes a 'desinformação' é um fenómeno "mais amplo que sempre existiu", mas agora é mais universal porque, com as novas tecnologias, qualquer pessoa o pode fazer.

"Antes podia desinformar quem tinha capacidade para o fazer, como os Governos ou as grandes empresas, agora qualquer pessoa pode desinformar, é muito fácil", defendeu o jornalista.

A equipa de verificação recebe diariamente de 250 a 300 mensagens via rede social WhatsApp de pessoas que fazem perguntas sobre os mais variados temas.

No atual período de pré-campanha eleitoral a mensagem dos políticos continua a ser, assim como no início do projeto, aquela que é mais investigada.

"Os políticos que dizem ter receio das consequências da desinformação deviam dar o exemplo e deixar de mentir", afirmou Julio Montes.

O jornalista acrescenta que a sua experiência mostra que os políticos apanhados em flagrante até retificam o que dizem, mas logo de seguida "continuam a mentir sobre outras questões".

O momento "chave" para a projeção e desenvolvimento da Maldita.es foi a consulta independentista de 1 de outubro de 2017 na Catalunha e toda a desinformação, tanto governamental como separatista, à volta do movimento de autodeterminação.

Julio Montes espera que os próprios jornalistas voltem a ganhar o prestígio que já tiveram no passado e que acabem certas práticas "que não ajudam", como a utilização de profissionais da informação "precários", que cometem mais erros, para escrever notícias em quantidade e não em qualidade.

"Os jornalistas não são os culpados de uma certa desinformação no setor. Se há culpados são os responsáveis das empresas de comunicação social que querem quantidade em vez de qualidade", disse o fundador da Maldita.es.

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