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Grande debate em França mexe nos impostos, no Estado e no ambiente

Com quase 2 milhões de propostas sobre mudanças para o país, a iniciativa do Presidente francês Emmanuel Macron pode levar à redução da taxa de IVA para bens de primeira necessidade ou mesmo redução do número de lugares no parlamento.

Grande debate em França mexe nos impostos, no Estado e no ambiente
Notícias ao Minuto

21:07 - 08/04/19 por Lusa

Mundo Emmanuel Macron

Estas vão ser algumas das conclusões preliminares apresentadas esta terça-feira pelo Governo francês à Assembleia Nacional. Os números oficiais de participantes, cerca de 1,5 milhões de pessoas em mais de 10.000 reuniões presenciais, já tinham sido apresentados, mas foram conhecidos hoje os temas que mais preocupam os franceses.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, disse que a consulta aos cidadãos franceses foi "um sucesso", mas indicava também a urgência em agir. "O nosso país espera hoje uma forma de tolerância fiscal zero. [...] Devemos baixar, o mais rapidamente possível, os impostos", declarou o chefe do Governo francês.

A justiça fiscal, tal como o movimento dos "coletes amarelos" tem vindo a mostrar nos últimos cinco meses, foi mesmo o tema que mais interessou os franceses.

Mais de um quarto dos franceses (27,8%) que participaram no Grande debate quer que os mais ricos paguem mais impostos, nomeadamente através do restabelecimento do imposto sobre as grandes fortunas - extinto pelo Presidente Macron -, 17,9% deseja a redução rápida do IVA sobre os bens de primeira necessidade e 17% quer a redução dos impostos sobre o salário.

Ainda ligado à fiscalidade e aos dinheiros públicos, 56% dos franceses deseja ver a dívida externa do país reduzida e uma das formas de o fazer, segundo as opiniões deixadas pela população, é através de uma melhor atribuição das ajudas sociais.

Outro tema em que surgiram várias propostas foi a organização do Estado, com 86% dos participantes a indicar que quer a redução do número de lugares na Assembleia Nacional e 80% quer a instauração de referendos locais. Já os referendos de iniciativa cidadã, pedidos por muitos "coletes amarelos", apenas interessaram a 2,3% dos participantes.

Já sobre a ecologia, 62% disse que sente o impacto das mudanças climáticas na sua vida e quanto ao que deve ser mudado, há preferência pelo desenvolvimento dos transportes em comum em todo o país e a redução da utilização de pesticidas, nomeadamente o glifosato.

No entanto, tal como a génese dos protestos dos "coletes amarelos", mais de metade dos participantes disse que as taxas sobre os combustíveis não ajudam o meio ambiente, mas pedem um aumento das taxas para os grandes poluidores e produtos importados.

As primeiras propostas com origem nos resultados do grande debate vão começar a ser apresentadas a partir de meados deste mês até ao verão, segundo indicou hoje a equipa do Governo responsável por esta iniciativa.

As reuniões presenciais do grande debate aconteceram entre janeiro e março deste ano, com o Presidente a prolongar até abril as suas deslocações para debater com a população francesa.

Para os franceses que participaram no debate através da Internet, havia um questionário com 82 perguntas sobre os diferentes temas e um espaço para deixar propostas ao funcionamento do país.

Os resultados vão continuar a ser analisados pela empresa OpinionWay. O Grande Debate teve o custo total de 12 milhões de euros.

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