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Militares sudaneses impedem carga policial contra manifestantes em Cartum

O Exército do Sudão reforçou a presença junto ao quartel-general de Cartum onde milhares de pessoas se mantêm concentradas em protesto pela demissão do Presidente Omar el-Béchir e evitou uma carga das forças policiais.

Militares sudaneses impedem carga policial contra manifestantes em Cartum
Notícias ao Minuto

09:32 - 08/04/19 por Lusa

Mundo Exército

Os soldados bloquearam as ruas de acesso ao complexo militar para evitar que as viaturas civis se aproximem do local e, segundo testemunhos, fizeram disparos para o ar para dissuadirem a polícia de dispersar os manifestantes pela força.

"As unidades militares protegeram todos aqueles que participam na concentração depois de as forças de segurança [polícia] terem começado a dispersar o protesto através da força", disse o ativista Ali Ibrahim, membro da Associação de Profissionais do Sudão, uma organização sindical da oposição.

De acordo com o sindicalista, mais de 50 mil pessoas mantêm a concentração de protesto frente ao principal quartel do Exército em Cartum.

O ativista acrescentou, em declarações à agência Efe, que os manifestantes não vão abandonar o local "até que el-Béchir renuncie e forme um governo de transição capaz de conduzir o país a uma nova etapa".

A Associação de Profissionais afirmou em comunicado que dezenas de membros dos corpos policiais começaram a dispersar os manifestantes sendo que a maior parte se encontram sentados no chão.

A partir do momento em que a polícia usou a força os militares intervieram e reforçaram posições no local.

O Comité Central dos Médicos do Sudão, um organismo sindical da oposição indicou que "há muitos feridos" porque a polícia "usou munições reais para dispersar os manifestantes".

A mesma organização apelou aos médicos de Cartum para se dirigirem ao hospital Royal Care para reforçarem o apoio aos feridos que precisam de cuidados de saúde devido aos ferimentos.

No sábado, a intervenção policial com munições reais fez pelo menos seis mortos e dezenas de feridos.

As manifestações começaram no passado dia 19 de dezembro, intensificaram-se no princípio do ano, mas a força dos protestos foi reduzida depois de o chefe de Estado ter declarado situação de emergência, no dia 22 de fevereiro.

Mesmo assim, no sábado foi organizada a maior manifestação até ao momento e que coincidiu com a data que assinalou a revolução de 06 de abril de 1985, que originou um período democrático que se prolongou durante quatro anos.

Desde o passado mês de dezembro, mais de meia centena de pessoas morreu na sequência da repressão policial e mais de mil manifestantes foram detidos ou desapareceram.

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