HRW denuncia ataques a ativistas pró-democracia na Tailândia
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje "ataques repetidos" a ativistas pró-democracia na Tailândia e pediu às autoridades do país que investiguem os casos com "urgência e imparcialidade".
© Reuters
Mundo ONG
"As autoridades tailandesas devem investigar com urgência e imparcialidade as novas ameaças e ataques contra o proeminente ativista pró-democracia Ekachai Hongkangwan e outros ativistas", solicitou a HRW.
A 01 abril, pessoas não identificadas incendiaram o carro de Ekachai estacionado à frente de sua casa no distrito de Lad Phrao, em Banguecoque, adiantou a organização não-governamental (ONG).
O ataque aconteceu um dia depois de Ekachai ter liderado um protesto a pedir a destituição da Comissão Eleitoral por supostamente ter ajudado o líder da junta militar, o primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha, a permanecer no poder após as eleições legislativas na Tailândia de 24 de março.
Dois indivíduos não identificados terão espancado um outro ativista, Anurak Jeantawanich, depois de invadirem a sua residência na província de Samut Prakarn. Anurak, que estava no mesmo protesto com Ekachai, sofreu ferimentos leves, indicou a HRW.
"O ambiente para os ativistas pró-democracia na Tailândia parece estar a piorar", frisou o diretor da HRW na Ásia.
"É crucial que as autoridades tailandesas investiguem totalmente esses incidentes, que levem os agressores à Justiça e ajam prontamente para acabar com o clima cada vez mais profundo de medo", defendeu Brad Adams.
A 26 de março, a única organização internacional credenciada como observadora nas eleições de domingo na Tailândia anunciou ter detetado algumas irregularidades no processo eleitoral, apesar de ter caracterizado o dia do sufrágio como "bastante transparente e confiável".
Num relatório preliminar, a Rede Asiática para Eleições Livres (ANFREL, na sigla em inglês) referiu que "o processo de votação decorreu sem problemas", mas observou irregularidades no período pré-eleitoral, como a compra de votos ou o uso de recursos do Governo para benefício do partido Palang Pracharat, ligado à junta militar que governa o país desde o golpe de Estado de 2014.
A organização também apontou que o quadro jurídico em que se realizaram as eleições contém várias disposições antidemocráticas, já que concede ao Conselho Nacional para a Paz e Ordem (CNPO, nome oficial da junta) "poderes extraordinários" para a formação do novo Governo.
A Comissão Eleitoral (CE) ainda não divulgou os resultados das eleições, mas tem até 09 de maio para publicar o resultado final do sufrágio.
Os principais partidos antigovernamentais da Tailândia anunciaram a 27 de março a intenção de formar Governo, antes da divulgação dos resultados definitivos oficiais.
Sudarat Keyuraphan, líder da principal formação da oposição, o partido Pheu Thai (Para os Tailandeses), disse que a coligação conta com 255 assentos, o que representa a maior parte das 500 cadeiras da câmara baixa do Parlamento, mas tem poucas hipóteses de nomear o primeiro-ministro devido ao quadro legal concebido pelo regime militar.
Embora a coligação antigovernamental criada possa ter uma maioria de assentos na câmara baixa, a eleição do primeiro-ministro também dependerá do voto dos 250 membros do Senado, escolhidos pela junta militar e que, em princípio, vão optar pelo ex-general e primeiro-ministro Prayut Chan-ocha, autor do golpe de 2014 e candidato do partido Palang Pracharat.
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