Professor pedófilo diz em tribunal que Maristas sabiam dos abusos há anos
Joaquín Benitez é o único professor da escola Maristas de Sants-Les Corts, em Barcelona, que confessou os crimes. Há mais doze docentes acusados.
© Reprodução
Mundo Barcelona
O antigo professor de ginástica que confessou ter abusado de alunos no colégio religioso Maristas de Sants-Les Corts, em Barcelona, indicou esta terça-feira que a instituição de ensino sabia dos abusos sexuais desde há três décadas.
Recorde-se que Joaquín Benitez esteve na segunda-feira na sessão do julgamento na Audiência Provincial de Barcelona, onde foram ouvidos testemunhos de quatro vítimas, que o acusam de abusos sexual (o docente admite dois). A declaração do acusado aconteceu hoje, terça-feira, dia em que também foram ouvidas outras testemunhas e especialistas.
O ex-professor explicou que “tocou” num ex-aluno em 1986, segundo cita o La Vanguardia, e que se tratou de “um impulso esporádico”. Dois ou três dias depois, continuou, o pai da criança foi à escola e ambos estiveram no gabinete do diretor, que indicou que era “importante que não voltasse a acontecer”.
Quando questionado pela sua defesa se temia ser descoberto, Benítez recordou o caso de 1986 e que lhe disseram que ficaria três meses sem salário como sanção, mas que nunca chegou a acontecer e nunca mais foi chamado. “Por isso, não tinha medo”, explicou.
Professor, ao centro, rodeado por ex-alunos da escola Maristas© Reprodução
O Ministério Público acusa Joaquín Benitez de ter abusado sexualmente de quatro alunos menores quando era professor de educação física na escola e pede uma sentença de 22 anos de prisão e 14 anos de inabilitação.
A acusação pede ainda o pagamento de uma indemnização no montante de 70 mil euros requerido a Benitez, à sua seguradora e à Fundação Champagnat, que administra a escola, como indiretamente responsável pelos atos.
Joaquín Benitez é o único professor da escola Maristas de Sants-Les Corts que se sentará no banco dos acusados, apesar de haver outros doze professores denunciados por crimes semelhantes cometidos contra cerca de quatro dezenas de alunos durante décadas e em várias escolas da congregação.
Perante a expectativa mediática do caso, os magistrados aconselharam que a sessão fosse à porta fechada para garantir que as declarações se desenvolvam "com tranquilidade e confiança" e para "proteger adequadamente o direito à intimidade das vítimas".
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