FDS pedem tribunal internacional para julgar jihadistas do Daesh
As forças árabe-curdas, que acabaram com o "califado" do grupo extremista Estado Islâmico (EI), apelaram hoje à criação de um tribunal internacional especial no nordeste da Síria para julgar os jihadistas.
© Reuters
Mundo Síria
"Apelamos à comunidade internacional para criar um tribunal internacional especial no nordeste da Síria", indicam as Forças Democráticas Sírias (FDS) num comunicado, adiantando que os jihadistas "devem ser julgados no país onde os crimes foram cometidos".
A criação de um tal tribunal permitirá "que os julgamentos sejam conduzidos de modo justo e respeitando o direito internacional e os direitos humanos", argumentam.
A comunidade internacional criou dois tribunais como o pedido pelas FDS: o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda, que julgou os responsáveis pelo genocídio de 1994 neste país africano, e o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, onde responderam os acusados por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra durante as guerras que devastaram os Balcãs nos anos 1990.
O EI é acusado de inúmeros abusos -- execuções em massa, raptos, violações, sequestros e atentados -- durante os mais de quatro anos do seu "califado", autoproclamado em 2014 em vastos territórios na Síria e no Iraque.
Milhares de 'jihadistas' renderam-se durante o assalto final das FDS ao último reduto do EI em Baghouz, no leste sírio, que levou no sábado à proclamação do fim do "califado" pelas forças árabe-curdas.
O porta-voz das autoridades curdas na Síria, Luqman Ahmi, disse hoje que mais de 9.000 mulheres e crianças estrangeiras familiares dos 'jihadistas' se encontram num campo de deslocados no nordeste do país.
Ahmi precisou que o número de crianças estrangeiras no campo de Al-Hol é superior a 6.500, adiantando que os dados têm cerca de uma semana.
Apelou às Nações Unidas e à comunidade internacional para esforços na resposta à emergência humanitária naquele campo.
Uma porta-voz do Programa Alimentar Mundial na Síria disse à agência France Presse que mais de 70.000 pessoas estão amontoadas naquele campo em "condições extremamente críticas".
Os combatentes do EI detidos pelas FDS não se encontram no campo de Al-Hol com os seus familiares, estando em instalações das autoridades curdas na região semiautónoma que elas controlam.
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