Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 19º

Golã: Trump desrespeita direitos sírios se reconhecer soberania israelita

A organização Human Rights Watch (HRW) considerou hoje que a administração norte-americana nega a realidade e desrespeita a proteção devida à população síria na zona se reconhecer a soberania de Israel sobre os Montes Golã.

Golã: Trump desrespeita direitos sírios se reconhecer soberania israelita
Notícias ao Minuto

12:41 - 25/03/19 por Lusa

Mundo HRW

Num comunicado, o diretor adjunto para o Médio Oriente e Norte de África da organização de defesa dos direitos humanos, Eric Goldstein, lamenta que o presidente Donald Trump pareça "disposto a arrasar" as disposições da lei internacional que determinam a proteção da população de zonas ocupadas como os Montes Golã.

O chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, anunciou no domingo na rede social Twitter que Trump vai reconhecer hoje a soberania de Israel sobre os Montes Golã durante uma deslocação aos Estados Unidos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Na quinta-feira o presidente norte-americano tinha indicado igualmente numa mensagem na mesma rede social que era chegado o momento de reconhecer a soberania do Estado hebreu sobre aquele território, que ocupou à Síria em 1967, na designada guerra dos Seis Dias, e anexou-o em 1981, numa decisão que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

Segundo a HRW, cerca de 27.000 sírios continuam na zona dos Montes Golã ocupada por Israel e a esperada mudança na política dos Estados Unidos "reflete desprezo pelos seus direitos".

A decisão de Trump pode também "encorajar outros Estados ocupantes a multiplicarem as suas apropriações de terras, colonatos e pilhagem de recursos", adianta Goldstein.

A HRW recorda existirem várias resoluções das Nações Unidas que determinam ser "nula e sem efeito legal internacional" a anexação do território em causa, adiantando que o facto de Israel ter oferecido aos sírios na zona cidadania israelita, "que a maioria recusou, não muda o estatuto do território como ocupado".

Nota ainda que, segundo a al-Marsad, uma organização de direitos humanos sediada nos Montes Golã, as autoridades israelitas criaram 34 colonatos na zona ocupada, onde vivem pelo menos 26.000 colonos, em violação da lei internacional.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU observou já este mês que "os residentes sírios nos ocupados Montes Golã" continuam a ser discriminados face aos colonos israelitas ao nível de políticas que "tornam quase impossível" que os primeiros "construam (...) ou alarguem as suas casas".

"Seja na Crimeia ocupada, na Cisjordânia ou nos Montes Golã, aplicam-se os mesmos princípios que protegem os civis (...) Trump não pode acabar com eles por decreto", salienta Goldstein.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório