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Coletes amarelos asseguram que futuro do movimento se joga em maio

A marcha dos coletes amarelos hoje em Paris decorreu ordeiramente, mas degenerou em várias zonas da cidade, com o movimento a assegurar que vai aguentar pelo menos até maio na esperança de uma mudança da política em França.

Coletes amarelos asseguram que futuro do movimento se joga em maio
Notícias ao Minuto

17:24 - 23/03/19 por Lusa

Mundo Paris

O relvado da igreja do Sacre Coeur, na zona de Montmartre, pintou-se de coletes amarelos durante a tarde, salpicado também por indivíduos vestidos de negro e com a cara tapada. O cortejo autorizado de manifestantes saiu à hora do almoço da praça de Denfert Rochereau e decorreu com normalidade, sem qualquer intervenção policial.

"Correu tudo muito bem, não fomos perseguidos pela polícia e, assim, não há problemas. Quando eles estão ao pé de nós, há sempre tensão", disse Isabelle, "colete amarelo" vinda dos arredores de Paris, em declarações à Lusa junto ao Sacre Coeur.

Enquanto os mais de 3.000 manifestantes se mantiveram junto à igreja, o protesto seguiu de forma pacífica. Rapidamente, e sem aviso prévio, os manifestantes saíram do local e dispersaram-se pelas ruas de Paris, alguns à procura da oportunidade de fazer estragos e entrar em confronto direto com as autoridades.

Perante um contingente reforçado com cerca de 6.000 agentes da polícia e a zona dos Campos Elísios interdita, os manifestantes optaram pelos 18.º e 10.º bairros para derrubar caixotes do lixo e iniciar pequenos incêndios. No entanto, a polícia foi mais ativa e seguiu de perto os jovens de cara tapada que foram gerando o caos nessas zonas da cidade.

No 19.º protesto consecutivo e depois de a violência de sábado passado ter chocado a opinião pública francesa, os "coletes amarelos" procuram agora um objetivo e o mês de maio parece estar na cabeça de todos.

"Espero que isto [os protestos] chegue ao 1.º de Maio, o Dia do Trabalhador mais os 'coletes amarelos', aí é que vai ser!", disse de manhã Christelle, "colete amarelo", em declarações à Lusa.

Esta francesa considera que juntar o dia de luta histórica dos trabalhadores em Paris com um protesto dos "coletes amarelos", pode ser suficiente para fazer com que o Governo ceda às pressões do movimento.

Já outra "colete amarelo", Isabelle, considera que o grande momento de maio serão as eleições europeias que se realizam no dia 26 desse mês.

"Claro que a manifestação do 1.º de maio pode ser um grande momento, mas a maior parte das pessoas aqui está à espera das eleições europeias. Muitas destas pessoas nem votam, mas em todos os grupos dos 'coletes amarelos' nas redes sociais se diz para votar em qualquer partido, menos no Republique en Marche de Macron", confidenciou, referindo-se à formação do Presidente Emmanuel Macron.

Hoje foram detidas cerca de 60 pessoas em Paris e houve também detenções e momentos de tensão entre polícia e manifestantes nas cidades de Nice, Bordéus e Montpellier.

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