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Organizações de direitos humanos condenam repressão do Hamas em Gaza

A organização Human Rights Watch (HRW) e o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condenaram hoje a violenta repressão pelo movimento radical palestiniano Hamas dos recentes protestos contra as difíceis condições de vida em Gaza.

Organizações de direitos humanos condenam repressão do Hamas em Gaza
Notícias ao Minuto

13:30 - 20/03/19 por Lusa

Mundo Médio Oriente

Centenas de palestinianos têm-se manifestado nos últimos dias no enclave controlado pelo Hamas contra os recentes impostos, nomeadamente sobre alimentos, vestuário e tabaco.

"As forças de segurança do Hamas responderam atacando violentamente manifestantes, defensores de direitos humanos e opositores", denunciou Omar Shakir, diretor da HRW para Israel e a Palestina.

A organização de defesa dos direitos humanos alertou ainda para o número alarmante de detenções arbitrárias, incluindo de jornalistas.

"O tratamento aterrador em relação aos jornalistas demonstra o desprezo do Hamas pela liberdade de imprensa", disse Ignácio Miguel Delgado, representante do Médio Oriente e Norte de África no CPJ.

Na segunda-feira, a Amnistia Internacional pediu uma investigação independente à repressão e acusou o Hamas de cometer as violações de direitos humanos "mais graves" em 10 anos, incluindo "espancamentos, detenções arbitrárias e tortura" de manifestantes.

Mais de 1.000 palestinianos foram detidos ou interrogados durante a repressão, segundo a Comissão Independente para os Direitos Humanos, organização criada pela Autoridade Palestiniana rival do Hamas.

O movimento social "Queremos viver" tem organizado as concentrações de protesto, a que se juntam campanhas nas redes sociais como "A revolução dos famintos" e "Abaixo a subida dos preços".

O "Queremos viver", que diz não estar vinculado a qualquer formação política, convocou uma greve geral para quinta-feira e sexta-feira e pediu aos palestinianos que não recuem para forçar o Hamas a dar resposta aos pedidos de liberdade e dignidade.

O bloqueio com mais de 10 anos de Israel à Faixa de Gaza e as três guerras do Hamas com os israelitas devastaram a economia no território palestiniano.

Um habitante de Gaza em dois vive abaixo do limiar da pobreza e o desemprego atinge 53% da população, 70% no caso dos jovens, segundo o Banco Mundial.

Mais de dois terços dos cerca de dois milhões de palestinianos de Gaza, que enfrentam a falta de água e de eletricidade no exíguo território de 365 quilómetros quadrados, depende de ajuda estrangeira.

O enviado da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, também condenou uma "campanha de detenções e violência", sublinhando que os habitantes de Gaza apenas protestam "contra a desastrosa situação económica".

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