Organizações de direitos humanos condenam repressão do Hamas em Gaza
A organização Human Rights Watch (HRW) e o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condenaram hoje a violenta repressão pelo movimento radical palestiniano Hamas dos recentes protestos contra as difíceis condições de vida em Gaza.
© Reuters
Mundo Médio Oriente
Centenas de palestinianos têm-se manifestado nos últimos dias no enclave controlado pelo Hamas contra os recentes impostos, nomeadamente sobre alimentos, vestuário e tabaco.
"As forças de segurança do Hamas responderam atacando violentamente manifestantes, defensores de direitos humanos e opositores", denunciou Omar Shakir, diretor da HRW para Israel e a Palestina.
A organização de defesa dos direitos humanos alertou ainda para o número alarmante de detenções arbitrárias, incluindo de jornalistas.
"O tratamento aterrador em relação aos jornalistas demonstra o desprezo do Hamas pela liberdade de imprensa", disse Ignácio Miguel Delgado, representante do Médio Oriente e Norte de África no CPJ.
Na segunda-feira, a Amnistia Internacional pediu uma investigação independente à repressão e acusou o Hamas de cometer as violações de direitos humanos "mais graves" em 10 anos, incluindo "espancamentos, detenções arbitrárias e tortura" de manifestantes.
Mais de 1.000 palestinianos foram detidos ou interrogados durante a repressão, segundo a Comissão Independente para os Direitos Humanos, organização criada pela Autoridade Palestiniana rival do Hamas.
O movimento social "Queremos viver" tem organizado as concentrações de protesto, a que se juntam campanhas nas redes sociais como "A revolução dos famintos" e "Abaixo a subida dos preços".
O "Queremos viver", que diz não estar vinculado a qualquer formação política, convocou uma greve geral para quinta-feira e sexta-feira e pediu aos palestinianos que não recuem para forçar o Hamas a dar resposta aos pedidos de liberdade e dignidade.
O bloqueio com mais de 10 anos de Israel à Faixa de Gaza e as três guerras do Hamas com os israelitas devastaram a economia no território palestiniano.
Um habitante de Gaza em dois vive abaixo do limiar da pobreza e o desemprego atinge 53% da população, 70% no caso dos jovens, segundo o Banco Mundial.
Mais de dois terços dos cerca de dois milhões de palestinianos de Gaza, que enfrentam a falta de água e de eletricidade no exíguo território de 365 quilómetros quadrados, depende de ajuda estrangeira.
O enviado da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, também condenou uma "campanha de detenções e violência", sublinhando que os habitantes de Gaza apenas protestam "contra a desastrosa situação económica".
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