Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 19º

Turquia e Irão lançam operações contra curdos. Síria ameaça intervenção

A Turquia e o Irão lançaram uma "operação conjunta" inédita contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) enquanto a Síria anunciou que libertará as zonas sob controlo das forças curdas "pela força ou por acordos".

Turquia e Irão lançam operações contra curdos. Síria ameaça intervenção
Notícias ao Minuto

14:05 - 18/03/19 por Lusa

Mundo Zonas de controlo

"Esta manhã às 8h00 [5h00 em Lisboa], iniciámos uma operação conjunta com o Irão contra o PKK na nossa fronteira oriental", indicou o ministro turco do Interior Süleyman Soylu, citado pela agência noticiosa oficial Anadolu, e sem fornecer mais informações.

Em paralelo, e no que parece surgir como uma ação concertada, o ministro da defesa da Síria advertiu hoje que o exército de Damasco "libertará" as zonas sob controlo das forças curdas, no norte e nordeste do país "pela força" ou através de "acordos de reconciliação".

"O exército vai libertar esta região como já libertou a maioria das regiões da Síria pela força ou através de acordos de reconciliação nacional", afirmou Ali Abdallah Ayoub no decurso de uma conferência de imprensa em Damasco com os comandantes das Forças Armadas iraquiana e iraniana.

A Turquia partilha a leste uma fronteira com o Irão e a sudeste uma fronteira com o Iraque. No norte deste país, o PKK e o Partido para uma via livre do Curdistão (PJAK), um partido curdo iraniano que lhe está associado, possuem as suas bases de retaguarda.

No início de março, Soylu indicou que a Turquia esperava desencadear uma "operação conjunta" com o Irão contra posições dos rebeldes curdos no norte do Iraque.

É a primeira vez que uma semelhante operação turco-iraniana é anunciada pelo atual governo de Ancara.

O anúncio de Soylu surge um dia após um anunciado confronto a cerca de 100 quilómetros a oeste de Mossul, entre combatentes do PKK e o exército iraquiano, que terá resultado na morte de dois soldados.

Nos últimos anos, a Turquia reforçou a sua cooperação com o Irão contra o PKK, que as autoridades consideram uma "organização terrorista", à semelhança da União Europeia e Estados Unidos.

Ancara está prestes a terminar a construção de um "muro de segurança" na sua fronteira com o Irão para impedir a passagem de rebeldes curdos entre os dois países.

O PKK desencadeou uma rebelião armada contra o Estado desde 1994 turco pela autodeterminação do Curdistão turco, com um balanço de mais de 40 mil mortos devido às ações militares das duas partes.

Progressivamente, o PKK iria renunciar a um Estado próprio e começa a reivindicar mais direitos e uma forma de autonomia no interior da Turquia para os mais de 12 milhões de curdos que vivem no país euro-asiático.

O islamita Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder desde 2002 em Ancara), iniciou em 2012 conversações de paz com os curdos em torno do reforço do estatuto das populações curdas da Turquia, mas partir de 2015 uma série de atentados contra militantes pró-curdos, de contornos pouco claros, implicou o fim abrupto deste inédito processo.

A repressão contra as populações curdas intensificou-se, e entre 2016 e 2018 o exército turco voltou a intervir de forma implacável no sudeste do país e nos vizinhos Iraque e Síria, onde na região norte, junto à fronteira comum, também predomina a formação armada curda (YPG), uma emanação do PKK.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório