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Boris Johnson quer negociações do Reino Unido com UE antes da 3.ª votação

O ex-ministro do Negócios Estrangeiros britânico Boris Johnson considerou hoje "absurdo" realizar uma nova votação sobre o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia sem tentar novas negociações no Conselho Europeu desta semana.

Boris Johnson quer negociações do Reino Unido com UE antes da 3.ª votação
Notícias ao Minuto

11:55 - 18/03/19 por Lusa

Mundo Brexit

"Há um Conselho da UE esta semana. Não é tarde demais para conseguir uma mudança real na solução de último recurso [backstop]. Seria absurdo realizar a votação antes mesmo de ter sido tentada", defendeu hoje o deputado conservador eurocético na coluna semanal publicada no diário The Daily Telegraph.

Na opinião de Johnson, considerado um potencial sucessor da primeira-ministra, Theresa May, o mecanismo para evitar a reposição de uma fronteira física na Irlanda do Norte "dá à UE uma forma ilimitada de chantagem, para que possam manter-nos trancados na união aduaneira e em grandes partes do mercado único, a menos que estejamos dispostos a abandonar a Irlanda do Norte; e eles vão usar essa chantagem para ganhar vantagem durante as negociações, principalmente sobre a livre circulação de pessoas".

Apesar de não ter ainda sido confirmado, o Governo sugeriu na semana passada que estaria disposto a submeter o Acordo de Saída pela terceira vez ao parlamento britânico até quarta-feira.

Na semana passada, além de ter chumbado o texto pela segunda vez, o parlamento também determinou que o Reino Unido não deve sair da UE sem acordo e que deve pedir um adiamento do 'Brexit' para depois de 29 de março.

Theresa May admite pedir à UE uma "prorrogação técnica curta e limitada" de três meses, até 30 de junho, necessária para passar a legislação indispensável para ratificar o Acordo de Saída, se este for aprovado até quarta-feira, véspera do Conselho Europeu.

Uma extensão mais longa implica que o Reino Unido realize eleições para o Parlamento Europeu em maio e que apresente uma justificação que convença todos líderes dos 27 Estados membros, pois é uma decisão que necessita de unanimidade.

Em declarações hoje à BBC, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, disse que o governo espera poder realizar o terceiro 'voto significativo' na terça-feira devido aos "sinais prudentes de encorajamento".

"Esperamos que sim, mas precisamos de garantir que temos os números [suficientes]. É por isso que está a decorrer imenso trabalho com colegas, com o DUP (Partido Democrata Unionista da Irlanda do Norte) e com todas as partes do partido Conservador", afirmou.

Hunt referiu o nome de vários eurocéticos proeminentes, como o ativista Matthew Elliot, o antigo ministro das Finanças Norman Lamont ou a deputada e ex-ministra do Trabalho Esther McVey, que nos últimos dias abandonaram a oposição ao acordo para defender um voto favorável.

"O risco de saída sem acordo ficou reduzido, mas a paralisia do 'Brexit' não é o que as pessoas querem, elas querem que esta questão fique resolvida e que o país saia da UE respeitando o resultado do referendo [de 2016]", acrescentou Hunt.

O voto dos 10 deputados do DUP é considerado importante para inverter a margem de 149 votos com que o Acordo de Saída foi chumbado na terça-feira passada, mas também para influenciar outros eurocéticos solidários com as preocupações dos aliados no Parlamento.

Em causa está o Protocolo para a Irlanda do Norte que faz parte do Acordo de Saída negociado com Bruxelas e que pretende evitar a reposição de uma fronteira física na Irlanda do Norte com a vizinha Irlanda, um compromisso dos acordos de paz para aquele território britânico.

No Protocolo é proposta uma solução de último recurso para a Irlanda do Norte, designada em inglês por 'backstop', que estabelece um "espaço aduaneiro único" entre a UE e o Reino Unido para que as mercadorias britânicas tenham "um acesso sem taxas e sem quotas ao mercado dos 27" e que mantém a Irlanda do Norte alinhada com as normas do mercado único.

Esta solução de último recurso só seria ativada caso a parceria futura entre Bruxelas e Londres não ficasse fechada antes do final do período de transição, que termina em 31 de dezembro de 2020.

"Estou à espera para ver o que o DUP vai fazer. O acordo ainda é um negócio muito mau", afirmou o Jacob Rees-Mogg, eurocético influente e líder do grupo de deputados conservadores European Research Group (ERG).

Segundo este político, em declarações à rádio LBC, existe a preocupação de a primeira-ministra estar determinada a não sair sem acordo e de a escolha ser entre o Acordo negociado com Bruxelas ou a permanência por um período longo, pelo que não rejeitou votar a favor desta vez.

"Eu acho que uma extensão de dois anos é basicamente permanecer na União Europeia. Estas são as questões em que as pessoas têm que pensar", vincou.

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