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Itália investiga possível envenenamento de testemunha contra Berlusconi

Modelo marroquina participou nas famosas festas 'bunga bunga' e testemunhou em tribunal contra o ex-primeiro-ministro italiano.

Itália investiga possível envenenamento de testemunha contra Berlusconi
Notícias ao Minuto

23:55 - 16/03/19 por Sara Gouveia

Mundo Berlusconi

As autoridades italianas abriram uma investigação sobre o possível envenenamento de uma modelo marroquina que era a testemunha chave no julgamento contra o antigo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, pelas famosas festas 'bunga bunga'.

Imane Fadil, de 34 anos, morreu a 1 de março deste ano num hospital em Milão, onde estava receber tratamento desde 29 de janeiro por exibir sintomas de envenenamento, explicou o procurador italiano Francesco Greco, citado pela Associated Press.

Em 2012, Imane tinha revelado aos meios de comunicação temer pela sua segurança, depois de dizer aos procuradores responsáveis pela investigação de possível manipulação de testemunhas que lhe tinham oferecido dinheiro em troca do seu silêncio sobre o que se passava nas festas organizadas por Berlusconi.

O antigo governante tinha sido inicialmente condenado pelas acusações de que teria pago por relações sexuais com uma menor de idade nas festas e que teria usado a sua influência para o ocultar. Mas acabou por ser absolvido em 2015.

Abordado para comentar a morte da modelo, Berlusconi disse lamentar sempre quando alguém jovem morria. Mas, acrescentou, "nunca conheci esta pessoa, nunca falei com ela. O que li foram as suas declarações que me fizeram sempre pensar que eram coisas inventadas e absurdas".

Imane tinha testemunhado contra o ex-primeiro-ministro no julgamento inicial e depois, juntamente com outras duas mulheres, tinha procurado uma indemnização por danos numa investigação paralela por alegações de que este tinha pago a testemunhas para as silenciar. Esse julgamento ainda está a decorrer. A mulher alegava que tinha perdido oportunidades de carreira pelo seu envolvimento nos casos.

No final do ano passado, conta a agência, os advogados de um dos arguidos no caso de manipulação de testemunhas começou as negociações para chegar a um acordo com Imane. Mas em janeiro, o tribunal tinha descartado por completo as reivindicações e duas semanas depois, a modelo foi hospitalizada.

Antes de perder a consciência, a mulher disse ao seu advogado e amigos que temia ter sido envenenada.

O procurador, em declarações à Reuters, fala em “várias anomalias” nos registos clínicos de Imane. "Os médicos não identificaram com certeza nenhuma patologia que possa explicar a morte", disse ainda.

Segundo a imprensa italiana, a modelo estaria a escrever um livro sobre as suas experiências e  que os magistrados obtiveram uma cópia do manuscrito logo a seguir à sua morte.

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