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Mata mulher à facada e fica com metade da pena por vítima ter amante

Juíza condenou o homem a apenas 16 anos de prisão, contra os 30 solicitados pela procuradoria-geral da República.

Mata mulher à facada e fica com metade da pena por vítima ter amante
Notícias ao Minuto

17:30 - 16/03/19 por Notícias Ao Minuto

Mundo Itália

Mais uma sentença polémica num caso de violência machista em Itália. Neste caso, a procuradoria-geral da República tinha solicitado 30 anos de prisão para um homem que tinha assassinado a mulher o ano passado em Génova. A decisão e argumentação da juíza Silvia Carpanini, a responsável por decidir a sentença, desconcertou a opinião pública.

O acusado, Javier Napoleón Pareja Gamboa, foi condenado a 16 anos de prisão, metade da pena proposta, porque a juíza interpretou a reação do homem como "humanamente compreensível", tendo em conta que a vítima prometeu deixar o amante e não o fez, conta o jornal italiano, Il Corriere della Sera.

Na sentença também se pode ler que o agressor agiu "impulsionado pela raiva, desespero e profunda desilusão", segundo refere o Il Giornale. A decisão judicial justifica o assassinato alegando que o homem, de nacionalidade equatoriana, estava "sob um estado de ânimo muito intenso, sem querer", por ter descoberto que a mulher continuava com o amante.

O caso remonta a 8 de abril de 2018 e o homicídio de Angela Coello Reyes ocorreu depois de uma discussão na casa em que dividiam. Depois de lhe apunhalar o peito, o agressor fugiu até ser detido três dias depois pela polícia.

Segundo a imprensa italiana, a vítima tinha dito a Gamboa que ia deixar a relação que tinha com o outro homem mas, segundo descreveu a juíza na sentença, "não estava em condições de deixá-lo". Nesse sentido comportava-se com o companheiro de forma contraditória, "primeiro a declarar o seu amor, depois com desprezo".

A polémica sentença da juíza justifica ainda que "o homem não agiu sob o impulso dos ciúmes,  mas antes como uma reação aos comportamentos da mulher, incoerentes e contraditórios" 

O caso chegou a motivar uma reação do primeiro-ministro italiano. Na sua página oficial de Facebook, Giuseppe Conte, garantiu que "nenhuma reação emocional, nenhum sentimento, apesar de intenso, pode justificar ou atenuar a gravidade de um femicídio".

Recorde-se que já a semana passada um juiz ilibou dois homens de violação porque considerou que a mulher era demasiado "masculina" para ser alvo de desejo sexual.

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