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Quando o atirador avançou para a mesquita, Azis enfrentou-o. "Vem cá!"

Apanhou a primeira coisa que encontrou e gritou: "Vem cá!".

Quando o atirador avançou para a mesquita, Azis enfrentou-o. "Vem cá!"
Notícias ao Minuto

16:35 - 16/03/19 por Sara Gouveia

Mundo Christchurch

Quando o atirador avançou em direção à mesquita de Linwood, em Christchurch, na Nova Zelândia, matando todas as pessoas que encontrava pelo caminho, Abdul Azis não se escondeu. Em vez disso agarrou na primeira coisa que encontrou, uma máquina de cartões de crédito e correu para o exterior a gritar: "Vem cá!".

Abdul, de 48 anos, acabou por provocar uma perseguição de gato e rato com o atirador antes de o conseguir assustar e este ter entrado no carro a acelerar e, por isso, está a ser considerado um herói, pois conseguiu impedir mais mortes durante as preces de sexta-feira na mesquita.

Mas Azis, cujos filhos estavam no interior da mesquita, juntamente com dezenas de outras pessoas, considera que é algo que qualquer pessoa teria feito, conta a Associated Press.

Recorde-se que o ataque resultou em 49 mortos, 41 pessoas na mesquita de Al Noor e outras sete na mesquita de Linwood, a cinco quilómetros. Uma última morreu já no hospital.

Brenton Tarrant, de 28 anos, foi acusado do crime de homicídio e o juiz referiu durante o julgamento, que decorreu na manhã de sábado (noite de sexta-feira em Lisboa), que se deveriam seguir mais acusações.

O Imã da mesquita de Linwood, Latef Alabi, referiu que a número de mortos seria muito superior se não fosse por Abdul. "Este irmão apareceu. Foi atrás dele e conseguiu dominá-lo e foi assim que fomos todos salvos. Caso contrário, se tivesse conseguido entrar na mesquita já não estaríamos aqui", disse.

Abdul recordou ter corrido para o exterior a gritar, com esperança de distrair o atirador. O homem ainda foi ao carro buscar outra arma, mas Abdul atirou-lhe a máquina dos cartões para cima. Brenton ainda disparou, mas Abdul diz que correu por entre os carros do estacionamento. Ainda apanhou uma arma descartada pelo atacante, mas esta estava descarregada.

O atirador acabou por entrar no carro a insultá-lo e a gritar que os ia matar a todos, mas, relembra Abdul, acabou por ir embora a alta velocidade.

Pouco depois, a polícia forçou o carro para fora da estrada e deteve o criminoso.

Abdul, originário de Cabul, no Afeganistão, disse que partiu do seu país em criança e viveu 25 anos na Austrália antes de se ter mudado para a Nova Zelândia há cerca de dois anos. Quanto ao ato heróico diz que acredita de Deus, Alá, não achava que era o seu tempo de morrer ainda.

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