Guiné-Bissau: PRS aceita resultados mas aponta irregularidades
O Partido de Renovação Social (PRS) anunciou hoje que aceita os resultados das eleições legislativas de 10 de março, apesar de alegadas irregularidades registadas durante o processo eleitoral, nomeadamente na contagem dos votos.
© Lusa
Mundo Eleições
"O PRS vem informar o público que tomou conhecimento dos resultados finais das eleições legislativas e não pode deixar de manifestar a sua aceitação dos números anunciados, por ser um dever de responsabilidade a que o PRS nunca se furtará", afirmou o porta-voz do partido, Vitor Pereira, numa declaração à imprensa.
Na declaração lida aos jornalistas na antiga sede do partido em Bissau, no Bairro da Ajuda, Vitor Pereira destacou as denúncias feitas pelo partido de "diversas irregularidades que acompanharam, a montante", todo o processo eleitoral com um recenseamento "parcial e seletivo", provocando que "muitos cidadãos eleitores fossem injustamente privados do seu direito de votar".
"O PRS quer, no entanto, deixar claro que apesar de todo o decurso do dia eleitoral ter sido regular, a contagem já não foi. As comissões regionais de eleições indeferiram reclamações existentes que, cremos, se fossem analisadas poderiam alterar a atual atribuição de mandatos", afirmou Vitor Pereira.
Segundo o também ministro da Comunicação Social, o "mais grave" é que as eleições legislativas "foram adiadas devido a falhas graves denunciadas por mais de 20 partidos".
Na declaração, o PRS felicita o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pela vitória eleitoral e garante que, a partir da oposição, terá uma "atitude atenta, responsável e participativa na construção da democracia em prol do desenvolvimento do país".
Os resultados eleitorais indicam que o PAIGC alcançou 47 mandatos, o Madem-G15 27, o PRS 21, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU/PDGB) 5, a União para Mudança (UM) e o Partido da Nova Democracia (PND), um deputado cada um.
O PAIGC já anunciou um acordo de incidência parlamentar para governar com a APU/PDGB, UM e PND, pelo que deverá garantir apoio da maioria dos deputados eleitos.
O segundo e o terceiro partido, Madem e PRS respetivamente, celebraram igualmente um acordo parlamentar.
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