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Operação Lava Jato que começou na Petrobras vai fazer cinco anos

A Operação Lava Jato, que começou há cinco anos por investigar crimes na petrolífera brasileira estatal Petrobras é hoje considerada a maior investigação criminal do país, com 242 condenações criminais.

Operação Lava Jato que começou na Petrobras vai fazer cinco anos
Notícias ao Minuto

15:57 - 16/03/19 por Lusa

Mundo Brasil

No domingo, dia 17 de março, a operação comemora cinco anos e, desde então, empresários e líderes de grandes companhias como Marcelo Odebrecht, antigo presidente da construtora Odebrecht, ex-funcionários da Petrobras e políticos de renome como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o antigo presidente da Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamentar) Eduardo Cunha, estão entre os principais condenados.

Segundo um levantamento disponibilizado pela força-tarefa da Lava Jato, foram realizadas a pedido de equipa do estado brasileiro do Paraná, onde as investigações começaram em 2014, 60 fases de investigação na Lava Jato com o cumprimento de 1.196 mandados de busca e apreensão.

No total, os procuradores e investigadores brasileiros solicitaram e cumpriram 227 mandados de condução coercitiva - quando suspeitos são presos temporariamente para prestar depoimento -, 310 mandados de prisão temporárias e preventivas contra 267 pessoas.

Dentro da operação também foram propostas 10 ações de improbidade administrativa contra 63 pessoas, 18 empresas, o Partido Progressista (PP), o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que no total pedem o ressarcimento de pagamento 18,3 mil milhões de reais (4,2 mil milhões de euros).

Oficialmente a operação, que descobriu fraudes em contratos milionários da Petrobras e, posteriormente, noutros órgãos públicos, já conseguiu restituir 2,5 mil milhões de reais (580 milhões de euros) à petrolífera brasileira.

Além disso, foram celebrados 12 acordos de leniência -- confissão de crimes por parte de empresas que colaboram com a investigação e aceitam o pagamento de multas-, 183 acordos de colaboração com acusados que também confessaram participação nos crimes e aceitaram pagar multas para reduzir sua pena, que preveem a recuperação cerca 13 mil milhões de reais (3 mil milhões de euros) de dinheiro desviados em atos de corrupção no Brasil.

O volume de informações e conclusões na operação Lava Jato constituem outro dado relevante que mostra o crescimento da investigação ao longo dos anos.

"De 2014 até o final de 2018 a média anual de trabalho da força-tarefa cresceu 623,60%, passando de 4.978 para 36.021 atos no ano passado, incluindo manifestações, movimentações, autuações de documentos extrajudiciais e judiciais, pedidos de cooperação internacional, e instauração de procedimentos extrajudiciais, autos judiciais e inquéritos", frisou o levantamento feito pelo Ministério Público brasileiro.

A maior operação contra a corrupção e branqueamento de capitais do país começou com a investigação de crimes financeiros praticados por quatro empresas lideradas por negociantes de moeda estrangeiras, cujas atividades são chamadas no Brasil pelo nome de doleiros.

À época, foi descoberto que um destes doleiros, chamado Alberto Youssef, já investigado e preso pela polícia brasileira nos anos 2000, havia voltado a atuar e comprou um veículo de gama alta para Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.

Isso chamou a atenção dos investigadores da polícia brasileira que, posteriormente, conseguiram confirmar o esquema de corrupção que tomou conta da Petrobras, incluindo diversos diretores que atuavam a mando de partidos políticos e mantinham relações com executivos de empreiteiras.

As investigações revelaram que foi estruturada uma organização criminosa dentro e em redor da Petrobras, formada por quatro núcleos principais, que por sua vez eram compostos por empreiteiras, altos executivos e funcionários da empresa, operadores financeiros, agentes e partidos políticos, cujo objetivo conjunto era desviar dinheiro.

Ao longo da operação, com diversos procedimentos reforçados, provas e depoimentos de colaboradores, foi desenhado um quadro mais alargado da corrupção que atingiu a estatal petrolífera e, posteriormente, outros órgãos federais do Brasil.

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