Eleições presidenciais de hoje na Eslováquia testam populismo no poder
A Eslováquia realiza hoje a primeira volta das eleições presidenciais, num teste para o partido populista no poder, um ano após as manifestações contra o Governo e em plena crise política motivada pelo assassínio de um jornalista de investigação.
© Reuters
Mundo Crise política
Zuzana Caputova, uma advogada defensora do meio ambiente e acérrima crítica do Governo surge como favorita neste escrutínio decisivo antes das legislativas de 2020, neste país de 5,4 milhões de habitantes, membro da União Europeia (UE) e da NATO.
As sondagens colocam Zuzana Caputova, 45 anos, com apreciável vantagem face ao seu principal rival, o comissário europeu da Energia, Maros Sefcovic, 52 anos, apoiado pelo partido no poder Smer-SD.
As projeções indicam que deverão defrontar-se na segunda volta, em 30 de março, por ambos não garantirem no escrutínio de hoje mais de 50% de votos dos eleitores inscritos.
No entanto, alguns estudos de opinião admitem a eleição de Zuzana Caputova à primeira volta, para ocupar um cargo mais protocolar que executivo.
Vice-presidente do partido Eslováquia Progressista (PS, social-liberal), sem representação parlamentar, Caputova considera que "as pessoas apelam à mudança" e optou como frase de campanha "Lutemos contra o mal".
A candidata participou nas manifestações de milhares de pessoas em protesto pelo assassínio, em fevereiro de 2018, do jornalista de investigação Jan Kuciak e da sua companheira.
O duplo crime e as apuradas investigações de Kuciak sobre presumíveis ligações entre responsáveis políticos eslovacos e a máfia italiana, publicadas postumamente, originaram uma crise no país e alertas sobre a liberdade dos media e a corrupção.
A vaga de indignação esteve na origem da demissão do primeiro-ministro Robert Fico, que permanece na liderança do Direção - Social-democracia (Smer-SD, populista de esquerda) no poder, e aliado próximo do atual primeiro-ministro Peter Pellegrini.
Analistas locais têm considerado neste escrutínio se decide um afastamento dos eleitores do populismo, associado à corrupção, e um novo estilo político reformista que restabeleça alguma confiança nas instituições.
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