MP francês pede levantamento da imunidade do representante do Vaticano
O Ministério Público (MP) de Paris pediu hoje o levantamento da imunidade diplomática do núncio apostólico representante do Vaticano em França, visado num inquérito sobre agressões sexuais, divulgou o diário 'A Cruz'.
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Mundo Agressão
Segundo a mesma fonte, foram apresentadas quatro queixas e três dos queixosos já foram ouvidos pelos investigadores, disse uma fonte à agência noticiosa francesa AFP.
Pelo menos três dos queixosos acusam Luigi Ventura, de 74 anos, de lhe pôr as mãos nas nádegas.
O caso estourou em fevereiro passado na imprensa, quando foi revelada a abertura de uma investigação em 24 de janeiro pelo promotor de Paris.
O prefeito de Paris informou ao promotor que um jovem funcionário municipal reclamou do repetido toque do núncio apostólico durante uma cerimónia em 17 de janeiro.
"Houve um incidente durante os votos às autoridades diplomáticas e rapidamente foi tomada a decisão de denunciá-lo ao promotor público", explicou Patrick Klugman, vice-prefeito de Relações Internacionais.
"Durante estes festejos, um agente da cidade foi três vezes vítima de toque sexual e de apalpões nas nádegas, uma vez em frente a uma testemunha".
"Houve um incidente durante a apresentação de cumprimentos às autoridades diplomáticas", mas "foi logo tomada a decisão de notificar o Ministério Público francês, explicou Patrick Klugman, vice-presidente da câmara local e responsável pelas relações internacionais.
Diplomata de carreira do Vaticano, Dom Ventura serve como núncio apostólico desde 2009 em Paris. Ele é responsável pelas relações da Santa Sé com as autoridades francesas, por um lado e com os outros bispos da França, onde participou no processo de nomeação.
Dadas as suas funções, ele goza de imunidade diplomática e não pode ser limitado pelos investigadores.
Os queixosos e seus advogados escreveram ao Ministério das Relações Exteriores exigindo que a França pedisse ao Vaticano para levantar essa proteção diplomática.
No Canadá, uma queixa por acusações semelhantes, mas desta vez em 2008, também foi apresentado pela Nunciatura Apostólica contra Arcebispo Ventura, que ali esteve destacado entre 2001 e 2009.
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