Venezuela: Grécia apoia apelo ao diálogo do Presidente da Bolívia
A Grécia juntou-se hoje aos apelos do presidente da Bolívia Evo Morales para uma solução negociada para a grave crise política e financeira na Venezuela, e que assinala uma abordagem diferente face à maioria dos países da União Europeia.
© Reuters
Mundo Evo Morales
Mais de 20 Estados-membros da União Europeia (UE) estão entre os 50 países que apoiam o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó contra o presidente Nicolás Maduro, e defendem eleições presidenciais como forma de ultrapassar a crise.
No entanto, o Syriza, partido do primeiro-ministro grego, Aléxis Tsipras, mantém relações amigáveis com diversos partidos de esquerda na América Latina e tem privilegiado o diálogo entre os dois campos opostos.
Morales, que se encontrou hoje com Tsipras em Atenas no decurso de uma rara deslocação à Europa, apelou ao primeiro-ministro grego para pressionar a UE a promover conversações entre o Governo da Venezuela e a oposição como forma de ultrapassar a crise.
"Expressei sérias preocupações pela situação na Venezuela, onde a crise financeira e humanitária continua a agravar-se", disse Tsipras.
"Estamos de acordo com o Presidente Morales de que a única opção nos próximos dias é um diálogo que envolva todas as partes -- do governo à oposição --, para que se sentem na mesma mesa negocial e evitem uma escalada da crise e a possibilidade de um sangrento conflito civil", adiantou.
Por sua vez, o Presidente socialista boliviano, que apoia o Governo de Nicolás Maduro, sublinhou que "as intervenções [estrangeiras], como na Líbia ou no Iraque, nunca trouxeram soluções aos problemas sociais, e ainda menos à democracia". E insistiu que "o diálogo é o único caminho" para uma solução à crise na Venezuela.
Durante um discurso na noite de quinta-feira num centro cultural dos subúrbios de Atenas, Morales criticou de forma incisiva Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino da Venezuela.
"Será que regressámos ao tempo colonial? Juan Guaidó é reconhecido como um vice-rei. Estou convencido de que uma intervenção armada não resolverá os problemas sociais", acrescentou.
Ao referir-se a Tsipras como "irmão Alexis", Morales acrescentou que pretende o apoio da Grécia nas complexas negociações comerciais entre a UE e os países da América do Sul, e disse que o seu Governo vai ser aconselhado por especialistas de Atenas para tentar aproximar-se do "milagre do turismo" da Grécia.
Em 2018, mais de 30 milhões de turistas visitaram a Grécia, um país com 10,7 milhões de habitantes.
Tsipras e Morales procuram a reeleição em 2019, e prometeram aprofundar a cooperação internacional entre os partidos de esquerda.
Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, autoproclamou-se presidente interino a 23 de janeiro, dias depois da posse de Nicolás Maduro para um segundo mandato, após uma eleição considerada ilegítima pela UE.
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