Estados Unidos advertem Alemanha sobre cooperação com a Huawei
Os Estados Unidos advertiram a Alemanha para a participação da chinesa Huawei no desenvolvimento de redes 5G, informou hoje o The Wall Street Journal, ilustrando a crescente extensão global da rivalidade entre Washington e Pequim.
© Reuters
Mundo Imprensa
Numa carta enviada ao ministro alemão da economia, Olaf Scholz, o embaixador norte-americano em Berlim, Richard A. Grenell, disse que a participação da Huawei, ou de outros fornecedores de equipamentos chineses, iria limitar a partilha de informações sensíveis, detalhou o jornal.
No início deste mês, Portugal foi alvo de uma advertência idêntica, devido a um acordo assinado entre a Altice e a Huawei, para o desenvolvimento de tecnologia de Quinta Geração (5G).
"Temos sido bastante claros com os nossos parceiros de segurança: temos de proteger a nossa infraestrutura crítica de telecomunicações", afirmou então o embaixador norte-americano em Portugal, George Edward Glass.
Os Estados Unidos consideram que a Huawei representa riscos em termos de segurança, estando por lei sujeita a cooperar com o Estado chinês.
Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.
Na missiva ao Governo alemão, Grenell observa que sistemas de comunicação seguros são essenciais para a cooperação em Defesa e serviços secretos, e que empresas como as chinesas Huawei e a ZTE Corp. podem comprometer a confidencialidade dessas trocas.
O aviso ilustra como a rivalidade entre os EUA e a China é cada vez mais global, à medida que a atratividade económica da China se estende para além do Extreme Oriente, alcançando regiões até então vistas como parte da esfera de influência norte-americana.
Na semana passada, após Itália ter anunciado a assinatura de um memorando de entendimento no âmbito do projeto chinês de infraestruturas "Uma Faixa, Uma Rota", a Casa Branca disse que a inclusão de Itália nos planos chineses não ajudará o país economicamente e pode prejudicar significativamente a sua imagem internacional.
"Nós vemos [a Faixa e Rota] como uma iniciativa 'Made by China, for China' [Feita pela China, para a China]", reagiu de imediato o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Garrett Marquis.
A iniciativa visa integrar o sudeste Asiático, Ásia Central, África e Europa, através da construção de portos, aeroportos, autoestradas ou linhas ferroviárias, aproximando o território euroasiático da China, potencialmente em detrimento dos laços transatlânticos.
Também Portugal assinou um documento para cooperação bilateral no âmbito da 'Faixa e Rota', em dezembro passado, durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Lisboa.
Lisboa quer incluir uma rota atlântica no projeto chinês, o que permitiria ao porto de Sines conectar as rotas do Extremo Oriente ao oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.
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