Autoridades russas não têm intenção de restringir liberdade na Internet
As autoridades russas não têm intenção de restringir as liberdades dos internautas com o projeto-lei sobre a desconexão da Internet em caso de ameaças externas, garantiu hoje o Kremlin após os protestos no domingo, em Moscovo.
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Mundo Kremlin
"Todos estamos a favor da liberdade na Internet, os autores da lei, a administração presidencial, o Governo, ninguém é a favor de restringir e limitar as possibilidades de trabalho na rede global", indicou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.
Dmitri Peskov reagiu ao protesto no domingo, em Moscovo, que reuniu entre 6.500 e 15.000 pessoas contra os planos dos deputados russos para aprovar uma lei sobre a desconexão do seu país da Internet em caso de ameaças externas à segurança nacional.
No mesmo dia, pelo menos oito pessoas foram detidas pouco antes do início do protesto contra este projeto-lei que os deputados russos voltam a examinar na quarta-feira, segundo os meios de comunicação locais.
"Esta manhã assisti na televisão como um dos participantes do protesto disse que as autoridades russas pretendem 'pressionar o botão e desconectar a Internet', mas está muito errado", salientou Dmitri Peskov, acrescentando que o regulamento visa garantir que não haja 'apagões' provocados "do outro lado do oceano".
A manifestação contra a desconexão da Internet, autorizada pela câmara da capital, foi apoiada pelo líder da oposição russa, Alexei Navalny, e pelo inventor do serviço de mensagens Telegram, Pavel Durov, cuja aplicação foi proibida na Rússia.
Em fevereiro, a Duma (parlamento) da Rússia adotou em primeira leitura um projeto-lei para garantir a estabilidade do funcionamento do segmento russo da Internet e a sua desconexão da rede mundial em caso de situações de crise ou ataques cibernéticos contra o país.
A iniciativa suscitou fortes reticências nos operadores da Internet, pelo facto de a instalação dos equipamentos necessários para a análise de tráfico implicaram avultados investimentos.
Segundo os seus autores, e caso o projeto-lei seja aprovado em definitivo, poderá "minimizar o fluxo para o estrangeiro de dados que os utilizadores russos trocam entre si".
Para mais, em caso de ameaça, os operadores estariam obrigados a garantir a "gestão centralizada do tráfego", o que significa o seu controlo pelo Estado.
O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu previamente a possibilidade de o seu país se desligar da rede mundial da Internet face a eventuais ameaças externas à sua segurança nacional, mas ressalvou que Moscovo não o faria "por iniciativa própria".
"Não pretendemos desconectarmos por iniciativa própria", afirmou Putin acrescentando que "quanto mais soberania, incluindo digital, melhor".
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