Governo de Maduro suspende atividade laboral e escolar após apagão
O Governo da Venezuela suspendeu hoje a atividade laboral e escolar após o apagão de quinta-feira que deixou às escuras a capital, Caracas, e vários Estados do país, anunciou a vice-presidente do país, Delcy Rodriguez.
© Reuters
Mundo Venezuela
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tomou esta decisão "para facilitar o retorno do serviço de (distribuição de) eletricidade no país, vítima da guerra elétrica imperialista", escreveu Delcy Rodriguez na sua conta da rede social Twitter.
Um apagão atingiu a Venezuela na quinta-feira, deixando às escuras Caracas e vários Estados do país, com o Governo de Nicolás Maduro a denunciar "uma sabotagem" na principal central hidroelétrica.
Pelo menos 18 estados da Venezuela continuam às escuras devido a uma falha na barragem hidroelétrica de El Guri, situação que as autoridades venezuelanas apelidaram de "guerra elétrica", de acordo com a imprensa local.
A falha, que afetou também o distrito capital, ocorreu pelas 16:52 (20:52 em Lisboa) e começou com uma "perda parcial no sistema" que colocou três geradores fora de serviço.
Em Caracas, a energia foi cortada abruptamente e o apagão durou mais de quatro horas, afetando todas as partes da capital e serviços, como transportes e semáforos, pouco antes do anoitecer.
As linhas telefónicas e de Internet foram também interrompidas, bem como a distribuição de água nos edifícios.
Além de Caracas, o apagão afetou os Estados venezuelanos de Anzoátegui, Arágua, Barinas, Carabobo, Cojedes, Falcón, Lara, Mérida, Miranda, Monagas, Nova Esparta, Portuguesa, Sucre, Táchira, Trujillo, Vargas, Zulia.
Segundo a imprensa local, a falha afetou o Aeroporto Simón Bolívar de Maiquetía, o principal do país, tendo sido desviados vários voos.
O ministro da Energia Elétrica venezuelano, Luís Motta Domínguez, atribuiu o apagão a um ato de sabotagem.
"Fomos alvo, novamente, de guerra elétrica. Desta vez atacaram a geração e transmissão, no estado de Bolívar (sudeste do país), especificamente em El Guri (barragem), na coluna vertebral da eletricidade", disse aos jornalistas.
"Sabotaram a geração em El Guri. Isso é parte da guerra elétrica contra o Estado. Não o permitiremos. Estamos a trabalhar para recuperar o serviço", escreveu Motta Domínguez, na rede social Twitter.
Desde 2013 que as instalações elétricas do país são monitorizadas por ordem do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Nos últimos anos, a Venezuela tem tido apagões cada vez mais frequentes, oficialmente justificados por seca, mau tempo, corte e roubo de cabos, incêndios e animais selvagens.
Em menos de duas semanas ocorreram pelo menos três apagões que deixaram grandes setores de Caracas às escuras.
Frequentemente o Governo venezuelano atribui os apagões a sabotagem da oposição, acusação que esta desmente, atribuindo os problemas à falta de manutenção e de investimentos no setor.
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