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Alemanha prolonga congelamento de vendas de armas à Arábia Saudita

A Alemanha anunciou hoje o prolongamento do seu congelamento de venda de armas à Arábia Saudita, criticado por Paris e Londres, mas admitiu uma suavização da medida para breve.

Alemanha prolonga congelamento de vendas de armas à Arábia Saudita
Notícias ao Minuto

20:38 - 06/03/19 por Lusa

Mundo Sanções

No outono Berlim decidiu suspender as exportações após o assassínio em 03 de outubro do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado deste país em Istambul. Previa-se que esta interrupção terminasse em 09 de março.

No entanto, o Governo decidiu prolongar a medida durante algumas semanas, até finais de março.

"Decidimo-lo face à evolução da situação no Iémen (...) onde a guerra deve terminar o mais rapidamente possível", disse hoje o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas.

No entanto, admitiu uma nova decisão após este novo período. "No decurso do mês, observaremos os desenvolvimentos em curso, em particular no que respeita ao conflito no Iémen. Seguiremos de perto a situação", explicitou durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo dinamarquês Anders Samuelsen.

O congelamento da venda de armas à Arábia Saudita tem suscitado crispações com os principais aliados de Berlim, em particular a França e o Reino Unido, que receiam que esta interrupção comprometa projetos industriais comuns.

A medida tem ainda suscitado tensões no interior da coligação governamental alemã, com os conservadores da chanceler Angela Merkel favoráveis ao recomeço das exportações, ao contrário da posição mais cautelosa dos sociais-democratas.

A Alemanha inclui-se entre os quatro ou cinco grandes países do mundo exportadores de armamento, logo atrás dos Estados Unidos, da Rússia ou França.

Em paralelo, uma organização de direitos humanos do Iémen referiu hoje que dos 27 ataques da coligação militar liderada pelos sauditas que mataram 203 civis no Iémen, 22 envolviam armas de fabrico norte-americano.

A Mwataba para os direitos humanos (MHR) disse que as armas dos Estados Unidos e dos europeus estão a ser utilizadas pela coligação liderada pelos sauditas e pelos Emirados Árabes Unidos que vitimaram centenas de civis no Iémen.

A organização documentou 27 ataques da coligação entre abril de 2015 e abril de 2018 que mataram 203 civis e feriram pelo menos 749. Dois ataques envolveram armas de fabrico no Reino Unido, e em outros três foram utilizadas armas norte-americanas e britânicas.

Nesse período, a coligação atacou frequentemente civis, habitações, escolas, empresas, quintas, hospitais, um edifício oficial e um salão de festas, em flagrante violação das leis da guerra, prossegue a ONG.

O relatório "Dia do Julgamento: o papel dos EUA e Europa na morte de civis, destruição e trauma no Iémen" foi divulgado hoje e assinala que pelo menos 122 crianças estão entre os mortos e feridos nestes ataques.

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