Amnistia teme pela saúde de jornalista detido em Moçambique há dois meses
Maputo, 05 mar (Lusa) - A Amnistia Internacional manifestou-se hoje preocupada com o estado de saúde do jornalista Amade Abubacar, detido a 5 de janeiro em Cabo Delgado, norte de Moçambique, quando fotografava famílias que abandonavam a região devido à violência armada.
© Reuters
Mundo Cabo Delgado
"A organização está preocupada com a possibilidade de Amade necessitar de cuidados médicos urgentes e não estar a receber o tratamento médico necessário e adequado", refere um comunicado da organização distribuído hoje à imprensa.
Amade Abubacar, 31 anos, jornalista da rádio comunitária Nacedje e colaborador do portal Zitamar News, foi detido a 05 de janeiro na vila de Macomia, em Cabo Delgado, norte do país.
De acordo com a Amnistia Internacional, desde a sua detenção, Amade tem sofrido uma série de problemas de saúde, entre as quais dores de cabeça constantes e diarreias.
"Antes de ser preso, Amade encontrava-se de boa saúde, mas o seu estado deteriorou-se rapidamente durante a detenção", acrescenta a organização, que cita fontes "credíveis".
Para a Amnistia Internacional, a detenção de Abubacar é ilegal e as alegações de que estaria a sofrer maus tratos na cadeia de Mieze devem ser investigadas.
"Amade está a definhar na prisão simplesmente por fazer o seu trabalho de jornalista, expondo o sofrimento infligido a civis por ataques mortíferos em Cabo Delgado", refere o comunicado, citando Deprose Muchena, diretor regional da Amnistia Internacional para a África Austral.
O jornalista, que esteve nos primeiros dias detido numa base militar, é acusado de crimes de violação do segredo de Estado e instigação pública com recurso a meios informáticos.
Amade Abubacar foi posteriormente transferido para um comando da polícia, mas depois foi levado para o estabelecimento penitenciário de Mieze, que alberga parte considerável de indivíduos suspeitos de estarem ligados aos grupos armados que têm protagonizado ataques em Cabo Delegado.
Além de Amade Abubacar, o jornalista Germano Daniel Adriano, também da Rádio e Televisão Comunitária de Macomia, foi detido no dia 18 fevereiro, acusado também de violação do segredo de Estado e instigação pública a um crime.
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